Desenvolvido e publicado pela CD Projekt Red no ano de 2007, The Witcher nos leva ao universo fantástico da saga de livos de mesmo nome, escrita pelo polonês Andrzej Sapkowski.
O jogo é um RPG singleplayer em terceira pessoa, com um mundo semi-aberto¹ e foco principal na história, que é moldada pelas escolhas do jogador.


Na história, que se passa no ano de 1270, assumimos o papel de Geralt, o protagonista dos livros, que havia sido dado como morto 1 ano antes, após ser empalado pelo forcado de um camponês durante uma revolta na cidade de Rivia.
O jogo começa com Geralt sendo encontrado inconsciente nos arredores da fortaleza de Kaer Morhen². Ele é levado para dentro por seus amigos Bruxos, e se recupera graças aos cuidados da feiticeira Triss, porém é descoberto que Geralt perdeu toda a sua memória.
Já nos primeiros minutos de jogo, Kaer Morhen é atacada por uma guilda de bandidos, e após uma grande batalha estes conseguem escapar, levando consigo materiais importantes utilizados no processo de mutação dos Bruxos³.
A trama do jogo gira em torno de Geralt encontrar e tomar de volta os itens roubados, e no processo, tentar recuperar sua memória.
A história é complexa e muito intrigante, repleta de bons personagens e decisões morais (e amorosas) que o jogador precisa tomar, que impactam ativamente no rumo da história.
Quanto à fidelidade aos livros, o jogo reaproveita muito bem alguns personagens já conhecidos, mas ignora quase que completamente as aventuras anteriores de Geralt.


O visual do jogo era bom para a época em que ele foi lançado, mas envelheceu muito mal. Os principais pontos que podem incomodar são as animações de movimentação e combate, que são bem robóticas; as expressões faciais dos personagens, que praticamente não existem; e a repetição constante nos modelos dos NPCs.
A trilha sonora é ótima, possui várias músicas marcantes e que auxiliam muito na criação da atmosfera do jogo.
Infelizmente o jogo não possui legendas em português, mas é possível baixar legendas feitas por fãns na internet.


Este com certeza é o ponto mais fraco do jogo. Nos combates a jogabilidade é bem travada, e irá levar um tempo até o jogador se acostumar com ela. Geralt não pode pular, obrigando o jogador a dar voltas gigantes pelo mapa para chegar em um objetivo, e a árvore de skills não da ao jogador um senso real de progressão.
A dificuldade do jogo vai variar de acordo com a quantidade de side quests realizadas, da utilização do sistema de alquimia e do dinheiro coletado durante o jogo. Nenhum combate é particularmente difícil, mas é preciso estar bem preparado para ele.


The Witcher, mesmo possuindo todos os defeitos acima mencionados ainda é um ótimo jogo, mas não recomendo ele para todos.
Caso você seja fã de alguma outra obra de The Witcher (seja os outros jogos, a série, ou mesmo os livros), recomendo comprar esse jogo.
Se você é um fã do gênero RPG, ou gosta de jogos com uma boa história, esse jogo também é para você.
Já, se para você uma boa jogabilidade é mais importante do que uma boa história, não recomendo tentar esse jogo.


1. O jogador tem a liberdade de ir para qualquer lugar do mapa, mas este muda conforme os capítulos, e não é possível retornar para o mapa de um capítulo anterior.

2. Sede da escola do lobo. Geralt é um Bruxo membro dessa escola (guilda).

3. Bruxos são humanos geneticamente modificados, com o propósito de serem excelentes caçadores de monstros: possuem reflexos, força e velocidades sobre-humanos.