Vysio
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- "I ᴡɪsʜ ɪ ᴄᴏᴜʟᴅ ᴛᴀʟᴋ ɪɴ ᴛᴇᴄʜɴɪᴄᴏʟᴏʀ ᴏʀ ʟᴇᴛ ʏᴏᴜ sᴇᴇ...Cᴀɴ ʏᴏᴜ?"
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"Aquele jogo que toda vez que é lembrado, alguém o reinstala."

Apesar do mundo vampírico estar bem "nas sombras" ultimamente, World of Darkness sempre foi referência nesse assunto, não só puramente na base de RPG's de Mesa que Vampiro: A Máscara representa, mas todos os livros adicionais focados em sua própria lore gigantescamente detalhada.

Vampire: The Masquerade - Bloodlines ou Vampiro: A Máscara - "Linhagens" - é a representação desse mundo sombrio nos jogos, levado a um nível de detalhes e fidelidade, que tanto o faz receber seu próprio "ditado" acima.

História/Campanha:

Convidativa como todo Vampiro: A Máscara, cheia de detalhes e nuances que se encaixam como um luva em RPG's de respeito, tanto que quem é familiar com a série, saiba de uma coisa...A história do jogo é canônica. (Mais precisamente um pouco antes dos acontecimentos do "Time Of Judgment").

- Mas quem não jogou ou ao menos nunca ouviu falar antes de Vampiro: A Máscara, como é o jogo?
- Se você é familiar com Fallout, você tá em casa.

  • Você começa como um vampiro "recém-abraçado" no qual percebe que o "mundo dos vampiros" funciona como uma sociedade secreta, organizada entre diversos grupos de diferentes opiniões e pontos de vista como a Camarilla, os Anarchs, o Sabbat e etc.

  • Sem saber o que são todas essas nomenclaturas, pra que servem ou até porque existem, você começa seu progresso em entender como esse mundo que você caiu de paraquedas funciona.

O jogo é dividido entre 4 mapas, correspondentes aos bairros de Los Angeles...sendo eles: (Santa Monica, Downtown, Hollywood e Chinatown).

Contendo 7 clãs jogáveis, cada clã funciona como uma classe, com habilidades, vantagens e desvantagens únicas, que dependendo das suas escolhas (seja da classe ou da "personalidade" do seu personagem), causam compartamentos, diálogos e caminhos diferentes aos seus objetivos e a história, tendo múltiplos finais que incentivam o seu fator replay.

Aúdio:

A dublagem é impecável, cada personagem parece realmente vivo e próprio, sem ser aquele personagem que só existe necessariamente pra você progredir no jogo, todos tem uma personalidade única, que não só enriquece os diálogos de cada um, mas aumenta a sua curiosidade em saber mais sobre eles também.

A trilha sonora também é muito boa, sejam as "licenciadas" dos bares/clubes e etc, que se encaixam perfeitamente ao ambiente e aos personagens, e a própria OST também, seja na exploração, no "suspense", ou nas batalhas.

Gráfico/Sistema de Batalha:

O jogo é de 2004, sendo o 1º jogo "Não-Valve" a usar a famosa Source, tendo o foco nas expressões faciais da Engine, que se encaixam com a personalidades dos personagens, e realmente são convincentes até hoje.

A ambientação também é muito boa, cada cidade tem uma estética própria, que embora pareça simples é muito bem planejada, fazendo cada lugar ser útil pra alguma coisa, apesar de ser "difícil de se perder", o jogo cumpre em manter a curiosidade ao explorá-lo.

Tanto que um dos cenários do jogo, o Ocean House Hotel é o maior exemplo disso, ganhando prêmios de "Melhor Cenário" na época, e ainda hoje sendo uma aula de imersão e lembrado por isso.

Mas pelo que você leu até agora, você deve estar pensando:

- Se esse jogo é tão bom assim, porque ele não é tão conhecido?
- Calma, bora pros defeitos, e depois o "Drama da Troika".


  • O sistema de batalha remete ao quis dizer de "Lembrar de Fallout", o combate é bem travado, não chega a ser uma piada total, mas é estranho e dá dor de cabeça em certos momentos, o jogo é desbalanceado em questão as habilidades e diferenças de dano/precisão das armas, sejam brancas ou de fogo, mesmo tendo um personagem focado em Melee ou Firearms, dificilmente você termina o jogo com o foco em uma só build por exemplo, principalmente no arco final do jogo.

  • Há uma enorme falta de opções nos gráficos (Sem mudança na qualidade das texturas, Anti-Aliasing e etc), parecendo algo "simples demais" e incompleto, o que acabou sendo no fim das contas.

O Drama da Troika:

Lembra da Source? Então, a versão usada no jogo, era uma ainda em desenvolvimento do HL2 na época (entre 2002/2003), ou seja, uma versão ainda em desenvolvimento...e consequentemente, instável.

Os desenvolvedores/programadores não sabiam muito bem como a Source funcionava, o que causou atrasos e mais problemas no desenvolvimento do jogo, que ocasionou claro...a temida e famosa má-otimização.

Mas a Valve deu tempo a eles trabalharem com isso, já que a única "regra" no contrato da Engine era:

- Não lançar o jogo antes do Half-Life 2.

Basicamente; é muito comum nos dias de hoje, jogos serem cancelados por custos altos e mal-planejamento, desde o Indie ao AAA.

Bloodlines impressiona até hoje por quase não ter sido isso, pois foi um jogo AAA, que "estourou" o Budget da Activision por conta de vários problemas com a equipe e demoras de desenvolvimento, e o que eles fizeram?

Activision obrigou o lançamento ao dia 16 de novembro de 2004, exatamente o mesmo DIA que Half-Life 2 foi lançado, tudo isso pra não quebrar o contrato com a Valve, avisando isso a Troika menos de 3 semanas antes do "lançamento".

Desconhecido na multidão:

Nem preciso dizer que não só recebemos um jogo incompleto, praticamente injogável na época, que parecia mais as "Betas Completas" de hoje em dia, temos ainda o principal, o game não vendeu quase nada.

- Se imagine em 2004, em uma prateleira você vê Half-Life 2, GTA San Andreas, Metal Gear Solid 3, Need for Speed: Underground 2 e esse jogo, qual deles você pegaria? É...pois é.

O jogo teve suporte oficial até o Patch 1.2 (Incluído na versão Steam), porém logo com a falência da Troika meses depois, o jogo foi abandonado, mas felizmente a comunidade salvou esse jogo, e como salvou meu amigo.

Salvo pelo Modding:

Sabe o esforço dos Modders de Skyrim e de GTA's até hoje? Pois é, pega e põe na lista.

Mesmo 14 ANOS depois do lançamento, o jogo ainda recebe updates constantes da comunidade, o famoso Unofficial Patch, que não só corrige bugs, dá suporte a Widescreen e otimiza o jogo à hardwares modernos (Basic Version), há também contéudos adicionais, como mais diálogos/escolhas nas quests, melhoras no gráfico/combate, e dentre outras coisas que não foram colocadas no jogo a tempo (Plus Version).

Sem ele o game é injogável nos hardwares de hoje em dia, e apesar de parecer meio chato você ter que baixar algo "externo" pra sequer abrir o jogo, no fim ele ainda o melhora independente das versões usadas, então não tem porque não instalá-lo.

Preço:

Apesar de R$34,99, em promoções é comum ele ficar entre 50% e 75%, recomendo comprar nesses períodos.

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Finalizando:

Vampire: The Masquerade - Bloodlines é aquele jogo "desconhecido" que no fundo, merecia mais que isso, um jogo que grita potencial, que com um pouco mais de tempo, não seria um RPG agridoce.

Então se você leu até aqui e vai comprar o jogo? Seja bem-vindo: "Fledgling".
Se você já jogou, cumpra o ditado do começo desta análise.

Lembre-se:
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