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5 people found this review helpful
13.0 hrs on record
Posso resumir toda a experiência de Phantom Fury com uma única palavra: frustração. Frustração não pelos problemas de otimização e balanceamento, mas pela forma como o jogo matou uma das personagens mais carismáticas da nova leva do gênero Boomer Shooter.

Desde seu anúncio o jogo vem causando problemas, seja através da demonstração que distanciou o grupo que ajudou a popularizar o jogo anterior ou pelos diversos elementos não bem otimizados. Obviamente que isso não ficou somente na parte de pré-lançamento, pois em sua primeira semana de análises também tivemos problemas entre desenvolvedores e canais que ajudavam na divulgação, mas tal discussão não influenciou muito minha opinião e de certa forma tenho um arrependimento em relação.

Sendo bem sincera, logo no início temos uma apresentação bastante convincente de que aqui teremos mais um jogo com a Shelly Harrison, ou seja, temos aquela sensação incrível de combate, exploração e diversão. Porém, o que deveria ser um jogo simples e feito com certo carinho acabou se mostrando totalmente o contrário e você pode escolher o que causou tal impressão: a apresentação de balanceamento sem sentido, enredo jogado sem apego e acima de tudo um ambiente sem qualquer alma e personalidade.

Para muitos o enredo não deve ser algo importante, mas a descaracterização que o acompanha é um motivo de preocupação e Phantom Fury é um exemplo perfeito disso. Entendo que os desenvolvedores tentaram criar uma conexão entre os outros jogos, que possuem uma variação de triste para divertida, porém nem tudo precisa ser necessariamente contado ou melhor dizendo, nem tudo precisa ter a adição de um elemento forçado para mulheres.

A gameplay também segue um padrão parecido, começando com uma variação considerável de armas e com munição suficiente para te fazer pensar em acertar locais importantes, mas rapidamente se torna um arsenal tão desequilibrado que metade das armas distribuídas acabam ficando sem utilidades e a quantidade exorbitante de munição te faz questionar se eles realmente testaram o jogo antes de lançar. Como joguei na maior dificuldade acabei descobrindo algumas problemáticas maiores em relação a isso tudo, principalmente na parte dos chefes que são mais fáceis do que os inimigos comuns e por falar neles, preciso destacar que a ideia de transformar todo mundo em esponjas de bala não foi eficiente para suprir a distribuição abundante de munição e só tornou toda a campanha repetitiva e desinteressante.

A ideia de criar um jogo com o intuito de deixar o jogador livre para explorar e encontrar as respostas sozinho é normalmente bem aceita, mas caso não bem desenvolvido o elemento que deveria tornar a campanha divertida se torna um alvo de reclamações e falta de conexão com o próprio sistema, forçando o jogador a abandonar pelo cansaço.

O único ponto realmente positivo está na parte artística e gráfica, esse estilo estranho é algo característico e torna toda a apresentação seja dos inimigos ou do ambiente realmente único, mesmo os modelos que não parecem terem sido tratados com cuidado também tornam a visão agradável o suficiente para esquecer os problemas gritantes. Uma pena não terem mantido toda a qualidade apresentada até o final, pois ficou bem perceptível que os desenvolvedores se preocuparam bem mais em colocar fotos do que desenvolver um ambiente vivo e rico em exploração. Falando em exploração, se você espera encontrar algo parecido com o anterior pode esquecer, Phantom Fury não possui nada pra explorar ou encontrar, logo não existe necessidade de sair da rota linear que o jogo proporciona.

Se tem uma coisa que odeio é negativar uma análise, mesmo em jogos que sinto não serem do meu interesse, mas Phantom parece ser uma exceção. No estado atual acho que esse pode ser um jogo a ser evitado, não por ter graves problemas de otimização ou por estar quebrado, mas pelo processo de desgaste e francamente, por existir uma opção muito mais rica, engraçada e divertida, chamada Ion Fury.

Posted May 14.
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14 people found this review helpful
9.6 hrs on record
Com praticamente nenhum lançamento confirmado me interessando, decidi fazer de 2024 o ano de limpeza e acredito que não existe nada melhor do que começar justamente com a coleção de “jogos velhos” que foi responsável por me fazer desistir de jogos multiplayer. Curiosamente, faz mais ou menos 10 anos desde que encostei em Obscure e apesar de nunca ter finalizado pois na época eu não sabia nada de inglês e estava aprendendo coisas básicas, ele ainda ficou marcado na minha memoria como um jogo que eu precisava experimentar algum dia.

Voltar para um título que você jogou na infância e nunca finalizou é um aprendizado impactante, por um lado sua memória ativa os músculos e faz você seguir os mesmos passos enquanto aquela sensação de nostalgia vem com uma força absurda, porém agora com uma carga de conhecimento, os elementos que eram impossíveis se tornaram simples e os questionamentos de “como não consegui passar disso” tomam conta da nossa mente.

Assim como muitos gostam de dizer, Obscure é realmente o primo engraçado de Sillent Hill e Resident Evil, ou seja, ele tenta pegar de tudo um pouco e no fim se torna só uma mistura sem identidade própria, o que não é algo ruim se analisarmos que a maioria dos jogos populares possuem a mesma receita. Apesar das várias críticas justificadas em relação a apresentação de alguns personagens, do combate fácil e da ambientação sem graça atrelada a péssima câmera, Obscure consegue ser interessante o suficiente para o jogador finalizar sua campanha e, no fim do dia, é exatamente isso que um jogo precisa fazer, afinal já imaginou como seria desgastante se todos os jogos tivessem um contexto sentimental, psicológico ou carregado de informações?

Como tenho o costume de jogar coisas velhas acabei não sentindo os problemas de adaptação na gameplay que muitos escreveram e até achei ela bem melhor do que em jogos como Resident Evil 1 Remake (ou seria um remaster?). Contudo, preciso dizer que a soundtrack mesmo sendo muito bem feita acaba estragando totalmente a experiência em determinados momentos, deixando a sensação de ‘estou aqui para atrapalhar então pare de aproveitar o ambiente ou de escutar o diálogo entre os personagens'.

Outro elemento que causa confusão é a forma como os desenvolvedores escolheram explicar a história, sei que na época era popular mostrar tudo de uma vez através de filmagens e documentos, mas a falta de explicações profundas para certas situações lógicas é questionável. Sei que existe a questão dos protagonistas não terem ligação com nenhum outro personagem e tudo sendo novidade para eles, porém poderiam ter abordado algumas questões com maior cuidado e não só jogando um artigo dentro de um lugar para o jogador ser obrigado a parar a exploração e ficar 5 minutos lendo.

Por ser um jogo de uma geração marcante, Obscure representa uma pequena dedicatória marcada em algum livro esquecido no fundo das gigantes bibliotecas que pouco a pouco perdem o público graças as novas tecnologias que se desenvolvem a cada geração. Para alguns é necessário guardar com carinho, mas para outros é só mais um pedaço de papel rabiscado entre tantos que encontramos todos os dias, sendo uma escolha bastante pessoal manter ou esquecer.
Posted January 23.
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35 people found this review helpful
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6.5 hrs on record (6.4 hrs at review time)
Sempre que falamos de jogos focados em decisão, as primeiras referências são RPG’s, mas em 2023 finalmente percebi que até mesmo esses, que julgamos serem os responsáveis pela nova tendência, possuem sérios problemas nas questões que deveriam ser o padrão. É óbvio que para algumas desenvolvedoras o custo de mais liberdade não vem apenas na forma de duração de produção, mas de custo. Porém, para empresas já estabelecidas isso não deveria ser um problema, principalmente quando jogos menores conseguem fazer ainda mais.

Conheci Slay The Princess através da demonstração disponibilizada no início do ano e, apesar de nunca ter curtido muito os famosos “VN”, o jogo me conquistou de uma forma única, era bem perceptível que naquele momento eu estava conhecendo mais uma desenvolvedora apaixonada pelo que produzia. Apesar dos problemas gerados pelo steam no dia do lançamento, o jogo aparentemente está sendo um sucesso bem maior do que o esperado e isso é algo totalmente merecido.

Diferente de outros jogos com a mesma proposta, Slay The Princess te questiona a todo momento o que você quer fazer e como quer fazer, tornando as variedades de um mesmo cenário assustadoramente grandes. O ato de escolher um certo diálogo pode gerar um desenvolvimento bem engraçado ou até mesmo perigoso e isso como era de se esperar aumenta ainda mais o fator rejogabilidade.

A base de todo o mistério do jogo gira em torno de você, uma princesa, uma cabana e um narrador. Em quem você quer confiar ou como quer abordar depende exclusivamente das suas decisões, não existindo escolha errada ou certa, chega até a ser clichê falar isso, pois todos os RPG’s hoje em dia colocam tal informação em algum lugar, porém em Slay The Princess os desenvolvedores realmente levaram isso a ponto alto.

Um outro elemento importante para caracterizar não só o enredo, mas a própria ideia de “conto” foi a utilização de artes desenhadas a mão, tornando certas situações caóticas e memoráveis. O fato do jogo ter mais de 3 mil imagens é impressionante e se analisarmos que a maior parte do trabalho veio de uma única pessoa tal curiosidade torna ainda mais visível o amor e respeito dos desenvolvedores.

Quando anunciaram que o jogo também teria voice actor eu fiquei extremamente animada, pois em seu jogo anterior e ainda em desenvolvimento, Scarlet Hollow, um dos pontos que muitos reclamavam era a falta de uma voz para os personagens, mas após jogar 6 horas de Slay eu acabei concordando com a ideia de não existir voz para esse tipo de jogo. A princípio, a questão de ter uma caracterização sonora pode ser algo importante, mas conforme avançamos no jogo fui obrigada a tirar as vozes e aproveitar o jogo no velho estilo de ler e observar as imagens que por si só já demonstram tudo o que precisamos.

Outro elemento que não me agradou foram as retas finais do jogo que apesar de interessantes se tornaram muito apressadas e de certa forma, pouco complexas e impactantes igual ao início e meio. Infelizmente, os desenvolvedores se focaram tanto em desenvolver milhões de caminhos que acabaram esquecendo de montar um final digno a um jogo único.

É perceptível que Slay The Princess é um jogo ambicioso e em todos os momentos possíveis isso é mostrado com muito cuidado, porém os tropeços nos finais, a duração da campanha e o preço disponibilizado aqui no Brasil tornam o jogo difícil de recomendar com um piscar de olhos. Basicamente, se você for aquele tipo de pessoa que tem dinheiro e quer gastar com algo para passar no mínimo 15 horas entre diferentes caminhos, a compra do jogo é quase obrigatória, agora se preferir algo mais fechado e com finais ricos, acho melhor esperar uma boa promoção.
Posted November 6, 2023. Last edited November 21, 2023.
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0.0 hrs on record
Aftershock é um exemplo bem produzido de como uma expansão deveria ser, com suas 8 horas divididas em uma campanha que mais parece um jogo de várias arenas, a sensação de frustração raramente aparece (só durante os momentos com vários inimigos em um ambiente apertado).

Apesar dos bugs na reta final e da última missão ser extremamente apressada e fácil, a intensa variedade de ambientes, gameplay e até mesmo de inimigos foi suficiente para lembrar os motivos da franquia ter se tornado a referência da nova geração do gênero.

Agora, só nos resta esperar sua continuação e torcer para que Shelly venha ainda mais caótica.

Posted October 22, 2023.
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16 people found this review helpful
79.3 hrs on record (59.7 hrs at review time)
Nunca achei que diria isso, mas a Paradox deu uma rasteira em todas as desenvolvedoras do mercado e isso graças a ‘simples’ ideia de dar ao jogador o que ele quer.

O tema principal de Crusader Kings 3 tem uma ligação contrária ao que estamos acostumados nos jogos do gênero, essa coisa de controlar uma dinastia e não um único país ou império é sensacional, pois ao desenvolver afeto pelos personagens o jogador se torna o objeto central de uma peça com tempo limite.

Intrigas, guerras, comércio e diplomacia parecem ser o único ciclo, porém as possibilidades, ordens e como você chega nelas não. Tudo parece ter sido feito para a diversão e o fato do jogo não ter um objetivo colabora ainda mais para a sensação de controle, mostrando que indiretamente sua imaginação é o seu limite.

Apesar do jogo ter se tornado popular pela quantidade de vídeos sobre reinados com relacionamentos duvidosos, CK3 apresenta muito mais do que isso, permitindo ao jogador recriar diversos momentos históricos ou de simplesmente curtir um sistema de vassalo ou duque sem se preocupar com a quantidade absurda de problemas e falta de conexão que a dominância gera.

Não achei bugs ou problema de otimização, então o único ponto negativo que poderia ser considerado são o custo de suas expansões, mas quem já conhece a Paradox sabe que isso é basicamente a marca deles (mesmo com esse valor abusivo eu ainda sinto que vale a pena).

Inicialmente, Crusader Kings 3 não parecia um jogo muito interessante, sua dificuldade me fez repensar bastante se o investimento seria agradável, porém após três semanas de vício acho que consigo dizer que ele entrou no meu livro de “melhores jogos que você faz o que quer”, seguindo Project Zomboid e Rimworld.
Posted September 22, 2023.
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18 people found this review helpful
9.9 hrs on record
Quando falamos sobre jogos de guerra existem dois caminhos a serem seguidos:choque e heroísmo. O método mais comum se refere ao último, que busca destacar o jogador como um soldado experiente, aquela arma escondida do exército buscando salvar a humanidade, o contrário acontece com aqueles que tentam transmitir a realidade de uma guerra através do choque, sendo muitas vezes um ato de rebeldia e sensibilidade.

Não vou exatamente dizer qual deles Spec Ops decidiu seguir, mas posso afirmar que os desenvolvedores escolheram o mais interessante, mas não menos problemático. Enquanto jogava comecei a pensar em, como meu professor gosta de dizer, problemáticas básicas: o que é ser um herói e um vilão? Como posso dizer que uma pessoa é um herói se ela deixa um rastro de sangue enquanto caminha pela areia?

O que consequentemente me levou a uma frase que resume perfeitamente o jogo: “você acha que um soldado termina uma guerra sem ser um criminoso?” Esse é um dilema universal, pois se pararmos para pensar, até a própria palavra guerra perdeu sentido em certas partes do mundo, sendo equiparada com algo muito mais simples e sem poder, praticamente um sinônimo de dia.

De fato, o recurso mais importante de The Line é sua narrativa, mas ao não criar um personagem marcante ocorre talvez o maior problema do jogo, a falta de identidade. Olhar para Walker é como olhar para qualquer protagonista de algum jogo militar lançado entre 2010 e 2013 e isso é extremamente frustrante, pois ele é um personagem interessante.

Sua gameplay apesar de extremamente repetitiva tem seus pontos positivos, mas em geral é o clássico sistema de esconde e atira. Já a ambientação e soundtrack me surpreenderam de uma maneira extremamente satisfatória, as cenas dos prédios, ruas e casas dominadas pela natureza faz qualquer pessoa imaginar o próprio futuro e as músicas durante as partes de combate causam um ânimo elevado.

Retratar a guerra de uma maneira agregadora é algo bem raro e apesar dos tropeços gigantes, Spec Ops: The Line consegue cumprir o que promete, uma pena a péssima otimização e o combate não permitirem usufruir de tudo o que deveríamos, mas continua sendo uma ótima recomendação para quem quer sair do básico.
Posted July 16, 2023.
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7.0 hrs on record
Com a quantidade de lançamentos diários, muitos jogos passam despercebidos pelos olhares humanos e curiosamente conforme sua idade, eles ficam aptos a entrarem no famoso grupo de “jogos bons e desconhecidos”. Posso achar o termo brega e não muito abrangente, mas não tenho como contrariar ou refutar, pois com a dominação de AAA e AA, jogos de menor investimento devem ter a questão sorte para a popularidade.

Apesar de ser um lançamento de 2023, já posso considerar The Tartarus Key mais um integrante desse grande grupo e mesmo que futuramente ele possa furar a bolha, acho que dificilmente terá o apelo de outros que tiveram tal sorte.

No jogo, controlamos Alex Young, uma jovem que acorda em uma estranha mansão repleta de situações catastróficas e extremamente incomuns, munida apenas um comunicador o objetivo de escapar com vida se torna uma questão de tempo, atenção e cuidado.

O enredo é o ponto forte de The Tartarus Key e a cada novo quarto encontramos novos desafios e informações através de puzzles e armadilhas que desafiam a mente dos amantes do gênero. É óbvio que como em todo jogo com foco em puzzles, o cansaço mental é o maior inimigo e por ter jogado em um momento complicado acabei não prestando tanta atenção, mas graças ao sistema de salvamento acabei conseguindo criar caminhos diferentes que me levaram a finais diferentes.

Por ser um jogo que destaca resoluções, Tartarus não possui combate e inimigos diretos, mas não deixa de assustar, intrigar e instigar. Acredito que o estilo de jogos dos anos 2000 auxilia muito a transmissão da ideia e o torna interessante o suficiente, porém algumas texturas me deram dor de cabeça, o que pode ser um ponto de alerta para algumas pessoas.

Seus personagens conseguem acompanhar muito bem a sensação dos jogos antigos, sendo personalidades comuns, mas extremamente caóticas. Por várias vezes consegui sentir aquele carinho que esses jogos passam através dos diálogos e atrelar isso a genialidade de prender todo mundo em um único lugar é a receita perfeita para criar um núcleo secundário de respeito.

Mesmo sendo um jogo que ficará escondido por muitos anos, acredito que The Tartarus Key é mais um ótimo lançamento, porém em nosso caso o preço dificulta muito a recomendação de lançamento.
Posted June 17, 2023.
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22.0 hrs on record
Sunset Overdrive pode resumir muito bem o que eu chamo de “jogo carismático”, ele não me fez refletir, sofrer e muito menos apegar, mas me prendeu o suficiente para as horas passarem sem minha percepção e para alguém que tem controle de sessões, isso é algo incrível.

Com a nova tendência de jogos sentimentais muitas vezes a diversão que antigamente era extremamente presente se tornou um ponto de interrogação e normalmente, tudo o que conseguimos pensar é em qual novo triste e desolado enredo dedicaremos as próximas 10-20 horas da nossa vida. Seria hipocrisia de minha parte reclamar ou chamar tal tendência de ruim, afinal meus jogos favoritos são sentimentais, porém as vezes é necessário ter noção que a diversão ainda faz parte essencial desses núcleos e não existe nada melhor do que explorar tal coisa uma vez ou outra.

Inicialmente, a ideia de um jogo me obrigar a ficar em movimento não pareceu tão favorável, para quem passou anos jogando fps as combinações de movimentação simples sempre se destacavam, então quando Sunset jogou no meu rosto que TUDO seria aberto para correr, andar e girar a minha mente teve um pequeno bug. Inclusive, isso me fez desistir do jogo duas vezes, porém como 2023 está sendo uma surpresa atrás de outra decidi novamente brincar com jogos que pensei ter abandonado indefinidamente e o resultado está sendo surpreendente.

Preciso destacar que o enredo inicial é bem chato, as piadas não parecem crescer e o humor é bem parado no tempo o que na teoria faria toda a campanha ser estilo alguns lançamentos atuais (que eu detestei), mas para minha surpresa ocorreu totalmente o oposto e a cada novo ato o jogo se tornou um resumo do que gostaria de ter observado nos exemplos recentes. Infelizmente, nem toda diversão é universal e por isso, entendo totalmente quem odeia as piadas sobre ser um jogador dentro de um jogo e não tiro as palavras de problemática em certos comentários.

Outros fatores positivos e que me conquistaram logo de cara foram a dublagem carregada de nomes populares e importantes da indústria brasileira e a soundtrack que se relacionou totalmente com a temática do jogo deixando aquele gostinho de apocalipse diferente e engraçado.

Os pontos negativos podem se resumir a dois essenciais para a gameplay e enredo:

- A quantidade de coletáveis no mapa sendo divididos em 4-5 elementos com 150 unidades, não sendo necessário coletar todas, mas suas localizações são os únicos investimentos fora a compra de roupas e armas, tornando toda a ideia de sair matando inimigos um pouco estranha já que não existe necessidade para quem não quer fazer 100%.

- A falta de um controle de enredo também é péssima para a questão exploração, impossibilitando muitas vezes a identificação do que é missão secundária e o que é principal, sem falar que apesar de único, a parte de gerenciamento de personagem e armas é bem confusa.

Mesmo com esses problemas Sunset Overdrive é uma recomendação obrigatória pra quem quer se divertir sem precisar ficar carregado psicologicamente ou enjoado de fazer as mesmas coisas por várias horas seguidas.


Posted April 30, 2023.
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10.3 hrs on record
Acho que posso resumir Arcadia Fallen como um jogo com um enorme potencial desperdiçado, a sensação da conclusão e tudo o que o jogo poderia mostrar me deixou com um gosto amargo e uma certa tristeza ou talvez tenha sido um erro jogar logo após encontrar um dos projetos mais ambiciosos que já vi.

A ideia base do enredo é relativamente clichê, nada muito impressionante e nem diferente, mas achei bem ambicioso a forma como desenvolveram sem tornar repetitivo ou extremamente chato. Infelizmente, os personagens que carregam a trama não tiveram a mesma sorte, pois temos basicamente todos as personalidades de qualquer franquia de fantasia: gente viciada em seguir ordem, os rebeldes, os diferentes e o alívio cômico.

Eu até entenderia a ideia dessas mesmas características com a justificativa de serem algo comum nos jogos atuais, porém em casos como esse sempre temos um diferencial e isso não é mostrado em Arcadia, sendo possível dizer então que os personagens são sem profundidade e não deixam marcas que fazem o jogador realmente querer aprender mais sobre cada um (tirando a Mime que é de longe a única personagem que consegue segurar tudo).

A parte final também ocorreu de uma maneira muito rápida, deixando pouco espaço pra realmente entender o que aconteceu. Sério, quando fiz a escolha que determinaria o final eu estava imaginando algum truque de narrativa, mas no fim era só um final apressado mesmo.

Enquanto os desenvolveres erram na parte do enredo, por algum motivo eles conseguiram acertar na parte artística. Cada pequeno detalhe seja dos personagens, do ambiente e da mecânica de combinação para a criação de poções, tudo foi feito com um estilo característico, mas ao mesmo tempo chamativo.

Um outro ponto positivo e ao mesmo tempo negativo foi o trabalho de voz, cada personagem é bem único e os responsáveis são pessoas de peso na indústria, porém senti que não existia um padrão para os momentos que tínhamos uma voz ou não, então na reta final optei por só ler mesmo e seguir em frente sem esperar o termino das entonações.

Mesmo não sendo um jogo com impacto real de escolhas, Arcadia Fallen conseguiu me prender o suficiente com alguns personagens junto de seu enredo de fundo e não acho que esse deveria ser mais um caso de jogo ignorado pela comunidade, porém no momento recomendo esperar uma promoção de no mínimo 80%, afinal não acho justo pagar quase R$50,00 para o que é distribuído na obra.
Posted April 23, 2023.
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31.2 hrs on record (11.1 hrs at review time)
Early Access Review
Sempre gostei de dizer que nossos maiores tesouros são desenterrados ao acaso, nada com expectativa tem um bom final (pelo menos para essa pessoa que escreve) e acho que assim como aconteceu com Syberia, Scarlet Hollow é mais um exemplo disso.

Enquanto vagava pelas intermináveis páginas de jogos no steam, acabei encontrando um pequeno evento de um gênero que raramente jogo: Visual Novel. Existe toda uma história do que me motivou a evitar esse estilo, porém como estou totalmente livre para explorar novos rumos, acabei dando uma outra chance e ainda bem que desta vez minha impulsividade falou alto.

Scarlet Hollow foi um dos poucos jogos que comprei de maneira instantânea e isso me deixa com muito orgulho e felicidade, pois eu estava sem ninguém para comentar ou me mandar spoiler (igual aconteceu com Immortality). Era como encontrar um daqueles títulos que mudam toda a sua percepção sobre jogos e todo esse ciclo se tornou uma redoma de muita animação e interesse, posso considerar que foi uma sensação parecida com a do lançamento de Syberia: The World Before e sendo esse meu jogo favorito já fica perceptível o tanto que Scarlet me conquistou.

Antes de falar sobre o enredo, é necessário elogiar o trabalho artístico feito a mão em combinação com a forte produção musical. A representação psicodélica, o ambiente frio e sem cor e as diferenças físicas e até emocionais de cada personagem são demonstrados com extremo cuidado, isso simboliza o ótimo trabalho de imersão que os desenvolvedores estão tendo.

Scarlet ainda está em desenvolvimento e, por isso, não é possível falar que teremos uma qualidade mantida até o final. Porém, posso afirmar com tranquilidade que estou amando cada pequeno pedaço da narrativa, sejam os diálogos de complemento ou principal, os comentários de escolha, TUDO no jogo me cativou e isso vindo de uma pessoa extremamente chata em relação ao enredo é algo estranho.

A ideia de entrar em uma cidade pacata com um estranho mistério ao redor da família da protagonista é algo bem intrigante, porém conforme avançamos tudo fica ainda mais confuso e em pouco tempo estamos com um mundo que mistura lendas urbanas, uma prima estranhamente instável, uma pug , dois gatos, uma família de gambás e um bando de gente com sérios problemas psicológicos, o que me fez questionar a existência de psicólogos na região.

Cada escolha, por mais idiota que pareça, pode resultar em algo completamente diferente e por diversas vezes me encontrei voltando para observar as estranhas mudanças que me deixaram estática por minutos. Se eu cheguei a considerar jogos como Mass Effect e Divinity impactantes em questão de escolhas é porque nunca tinha encontrado algo como Scarlet Hollow.

Os personagens também não ficam atrás e mesmo tendo um ar de clichê em certos momentos, a forma como cada um reage ao próprio enredo ou à suas escolhas quebra a falta de expectativa. Inclusive, podemos resumir o grupo como um bando de gente estranha escondendo segredos ainda mais estranhos e desconfortáveis de se lidar, mas atire a primeira pedra quem nunca teve um segredo ruim na vida.

Mesmo em desenvolvimento, Scarlet Hollow mostra que tem todas as características para ser um grande sucesso e com sua construção ao redor dos preciosos temos de terror, horror, mistério e muita investigação, fica óbvio que é uma recomendação obrigatória tanto para quem gosta do gênero quanto para quem tem interesse ou não gosta. Porém, recomendo fortemente esperarem o lançamento dos três capítulos finais, pois a sensação de querer consumir tudo do universo aqui disposto é gigante.
Posted April 1, 2023.
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