Blasphemous

Blasphemous

25 ratings
Blasphemous Lore Completa
By W_ord
Todo o conteúdo textual em português do jogo está presente nesse extenso guia! Confira
   
Award
Favorite
Favorited
Unfavorite
Introdução
Nesse guia, apresento da forma mais completa que pude, toda a Lore do jogo Blasphemous, na sua versão em português brasileiro. E o porquê disso? Simplesmente por ser uma Lore profunda, complexa e enorme, tão desafiadora de reunir quanto o próprio jogo e onde não se acha fora dele, isto é, até se encontra, mas muito fragmentada e geralmente só em inglês. Aqui está toda reunida em nossa língua pomposa. Eu não traduzi nenhum trecho das Wikias feitas por fãs ou joguei o jogo em inglês. Todo o conteúdo aqui foi retirado diretamente do jogo, através de capturas de tela.
Agradeço aos tradutores do jogo pelo excelente trabalho de adaptação e tradução. Muitos termos sacros usados no jogo seriam traduzidos erroneamente por traduções automáticas, o que mostra que um trabalho minucioso e dedicado foi feito. Não encontrei exatamente nos créditos quem foi responsável pela tradução para a nossa língua.

Com tudo compilado em um só lugar, a ideia é facilitar a imersão e interpretação do universo do jogo. Peço perdão por não ser um guia ilustrado, para fazer jus à incrível arte do jogo. Como há muito conteúdo em texto, o foco é apenas esse, como uma documentação, um material para consulta.

Pulou sem querer algum diálogo? Perdeu um dos caminhos alternativos para a história de algum personagem? Queria rever alguma das falas memoráveis de alguma batalha sem ter que jogar o jogo inteiro novamente? Muito texto atrapalhando seu speedrun? Se a sua resposta for sim para alguma ou para todas essas perguntas, basta procurar aqui!

ALERTA CRÍTICO DE SPOILER
Esse guia é principalmente um material de consulta, pensado preferencialmente para quem já explorou e concluiu o jogo ao menos uma vez. Como todo o conteúdo escrito está aqui, evidentemente o guia está repleto de spoilers que podem estragar boas surpresas. Então se ainda não explorou o jogo, faça isso e retorne depois, se bater alguma curiosidade ou se quiser reler algo.
História principal narrativa e excertos
“Não é o sol que está surgindo, mas nossos pecados” – Anônimo

Cena da introdução: “Eu o reclamo, Milagre Penoso, pois a Culpa é minha. Faça meu peito sofrer de arrependimento. Forje sua punição e crave-a profundamente. Molde, uma vez mais, minha Culpa.” E então, culpa, arrependimento, lato e todo tipo de dor da alma ficaram visíveis e se manifestaram de forma tangível, em todo lugar e em todos nós. Às vezes na forma de bênçãos e graça, às vezes na forma de punição e corrupção. Essa vontade divina, igualmente piedosa e cruel, que não pudemos e nunca poderemos desvendar, era chamada de Milagre.

Máscara de Ferro (fase 1, completamente fechada): Ninguém responde à nossa súplica, o Milagre nos abandonou, e meu trono ornamentado dá as costas àqueles que aqui esperam.

Máscara de Ferro (fase 2, lado esquerdo semiaberto): Sinto meu sangue virando uma seiva negra e minha pele enrugada, uma casca rubra.

Máscara de Ferro (fase 3, lado esquerdo aberto): Vejo tudo do ápice da árvore seca na qual o milagre me reencarnou.

Máscara de Ferro (fase 4, lado esquerdo aberto e lado direito semiaberto): Queimo de dentro para fora, e minha fumaça é uma névoa que a tudo oculta.

Máscara de Ferro (fase 5, completamente aberta): Agora, desperto das cinzas prateadas que me serviram de berço. O Milagre me chama.

Rosto dourado no sonho (encontrado após derrotar Ten Piedad): Em nome do Grande Suplicio e dos Filhos do Milagre. Ao humilhar-se perante meu santíssimo corpo, foi concedido a você a presença da minha face dourada, guardiã de um dos Três Pesares da alma em penitência. Nosso Milagre me escolheu entre todos os devotos, assim como escolheu você, para caminhar neste mar sagrado. Que o ouro em meu rosto derreta e apague a Atrição da sua alma. Coração culpado, retorne agora do sonho.

Rosto dourado no sonho (encontrado após derrotar Nossa Senhora da Face Chamuscada): Em nome do Grande Suplicio e dos Filhos do Milagre. Que o ouro em meu rosto derreta e apague a Compunção da sua alma. Coração culpado, retorne agora do sonho.

Rosto dourado no sonho (encontrado após derrotar Tres Angustias): Em nome do Grande Suplicio e dos Filhos do Milagre. Que o ouro em meu rosto derreta e apague a Contrição da sua alma. Coração culpado, retorne agora do sonho.

Final A
Se todas as estátuas do confessor forem destruídas e seus respectivos desafios concluídos (Detestatio Sacrorum): E assim chegou o momento da comunhão final com a espada nascida da culpa. Um último sacrifício para concluir a penitência e romper com a vontade herege do Milagre Penoso. Mas os planos do Milagre são volúveis. A penitência nunca termina, só muda, fere e condena à vontade. Não há lugar para o Penitente do outro lado do sonho. O lugar dele é aqui, entre nós. Ele é o novo Pai e o último filho do Milagre. Receptor de nossas orações. Para todo o sempre. E assim... seu nome deverá ser extinto sob o céu...

Final B
Se as todas as estátuas do confessor não forem destruídas (Deogracias narra o Final B): A montanha de cinzas que engoliu pecados e pecadores também não teve piedade de você. À mercê do Milagre você estava, e à mercê do Milagre você permanece. Você não é nada além de outro semblante anônimo, sem voz, sem expressão.

Final C
Em Procissões Eternas. As Três Faces da Vontade Suprema confrontam O Penitente Silencioso e Crisanta Envolta em Agonia: Penitente, que chega à nossa presença. Trazendo culpa para o mais sagrado dos locais, para os templos mais proibidos. Violando todas as leis e, assim, profanando Sua Santidade em pessoa. Somos a Vontade Suprema. Pois não há milagre que não brote do nosso desejo. Que não seja nosso reflexo. Que não seja a nossa Palavra. A Palavra que se fez carne e, então, foi santificada. Penitente, a luz pálida e inerte desse vasto horizonte fere os seus olhos? Dessa procissão, mais antiga do que nós, que se estende à sua frente, sem fim nem começo? Dessa irmandade de almas angustiadas, prisioneiras da própria condenação e benção? Esse é o Caminho das Procissões Ancestrais. O Reino que o Milagre costurou com fios de sonhos. Um domínio onde a fé se unificaria num único e ininterrupto ato de adoração. Que nos daria a luz e o tempo. Que nos tornaria eternos. E mais altivos do que o próprio céu. Você veio até este lugar para expiar seus pecados, colocar um fim nessa Obra. A destruição da nossa carne, que já foi Palavra e que agora não passa de silêncio. Fazendo-nos abaixar os nossos olhos, abandonando o Milagre. E, por isso, nosso último desejo é a sua condenação eterna. Ha vida e na morte, na fome e na sede, no sono e na vigília. Enterrado sob camadas de cinza, as cinzas de sua carne, ossos e tendão. Com a face execrada, com o nome esquecido. Para todo o sempre. Nenhuma penitência pode expiar esse Pecado. Esse é o preço a ser pago pela blasfêmia máxima.



Expressões em Latim
  • EXEMPLARIS EXCOMVNICATIONIS: ao morrer
  • REQUIEM ÆTERNAM: ao derrotar um inimigo poderoso
  • DETESTATIO SACRORUM: ao vencer um desafio do altar de culpa, destruindo-o
  • SUMMA BLASESPHEMIA: ao derrotar Sua Santidade Escribar



Interação com 1º Santuário da Mea Culpa encontrado:
Vários: “Penitente, você que carrega a culpa dolorosa em suas mãos sofridas... nos empreste-a e alivie nosso fardo. Nos empreste-a e seque nossas lágrimas.”
Personagens
O Penitente Silencioso interage de diversas formas com muitos personagens ao decorrer de sua fatídica jornada. Esses encontros dão-se sempre em diálogos, que prefiro considerar monólogos, já que ele não fala, como seu título já diz e provavelmente é uma lei a ser seguida pelos membros da Irmandade do Pesar Silencioso. além disso, sua pesada máscara o impede de falar por não possuir abertura para a boca e por estar repleta de sangue por dentro.
Os encontros com os personagens, sejam inimigos ou aliados, podem ocorrer em muitas ordens diferentes, portanto, organizo aqui os personagens de acordo com o nome de cada um em ordem alfabética.
As ações do personagem podem alterar drasticamente as falas e por consequência as ações dos personagens com os quais se interage em diferentes momentos. Para realizar diferentes rotas ou simplesmente ver todas as falas possíveis, é preciso concluir o jogo, no mínimo, três vezes. Fazer isso às cegas, sem nenhum guia, levará muito mais tentativas e é preciso concluir várias vezes o jogo e "rotas" dos personagens, como eu fiz. Todos os diálogos estão aqui presentes para poupar aqueles que têm a curiosidade sobre as possibilidades de algumas interações.
Altasgracias
Altasgracias (Em forma de ovo)
Oferenda Fita Nupcial Rasgada ao Ovo: Com este véu eu cubro minha face, em luto pela morte do amor por meu prometido.
Oferenda Véu Negro de Luto ao Ovo: Com esta fita rasgada eu rejeito o laço com meu prometido.
Oferenda Moedas de Ouro Derretidas ao Ovo: Com o ouro que derrete por entre meus dedos, eu rejeito as riquezas do meu prometido.

Altasgracias
Primeira visita (Após eclosão): Penitente silencioso, que convoca minhas três vozes. Três irmãs se tornaram uma, dando à luz um Milagre Penoso chamado Altasgracias. Este ovo oculta algo nosso que permanece imaculado. Leve-o com você e afaste essa pureza de nós, pois já é tarde demais para estes corpos deformados. (presenteia com o Ovo da Deformidade).

Visitar com o Ovo Eclodido da Deformidade em posse: Nossas vozes raivosas foram banidas. Agora o Milagre as tornou eternas. Lembre-se de que apenas a Santidade pode abençoar este presente para que ele não esteja em pecado. Nossas vozes podem ser uma proteção nos caminhos pelos quais seus passos afortunados o levarão. Vá agora. Nossas deformidades partirão para o outro lado do Sonho para encontrar a absolvição.
Candelária
Primeiro encontro em qualquer uma das lojas: Sejamos cativos do Milagre, Penitente. Não se surpreenda por encontrar esta mercadoria aqui, minha ocupação ancestral exige que eu esteja onde quer que eu possa obter benefícios. Me chame de Candelária, pois o que vendo faria seus olhos se iluminarem como fogueiras imensas. Mas não é dinheiro que eu cobro; as lágrimas proibidas que você derrama já bastam para mim. Vá em frente, lance seus olhos enegrecidos sobre esses tesouros valiosos.

Interação A com um item: O que estou lhe oferecendo aqui é tão brilhante quanto a primeira estrela da noite. E que eu perca minha visão se estiver mentindo.

Interação B com um item: Contemple o que lhe apresento; apesar do tamanho pequeno, seu grande poder não deve ser subestimado. Confie em mim, pois tenho o sangue dos reis na palma da minha mão.

Interação C com um item: Este é um tesouro precioso para mim... Seu valor vai muito além do que peço. E que eu vista o negro do luto se estiver tentando te enganar.

Interação D com um item: Maravilhe-se com o motivo de inveja de todo mercador. O tesouro mais valioso que já caiu nas minhas mãos. E que meu coração pare de pulsar se eu estiver sendo desonesta.

Interação E com um item: Não fico alegre por me desfazer disso, então o preço é tão alto quanto o valor que isso tem pra mim. Que os sinos dobrem por mim se algum dia eu te enganar.
Cleofás
Rota 1
Primeira visita, no santuário de Socorro: Oh... Contemple, dama graciosa. Um visitante... Oh, perdoe-me... Penitente, você está perante Socorro, nossa Senhora Piedosa do Eterno Suplicio. Ela não é majestosa? É um milagre... Incessante... Eterno... Ela sofre... por todos nós... dia após dia, sem descanso, sem fim... Ela é nosso milagre vivo, um verdadeiro exemplo de santidade.

Após entregar uma oferenda para Socorro: Uma lágrima correu na bochecha dela... Será que seu tormento diminuiu? Nossa pobre Senhora...

Após entregar todas as oferendas para Socorro: A Senhora... Três penitentes que comungaram com o Milagre clamaram refúgio e proteção a ela. Essas almas, pelas quais ela sofreu, já partiram para o outro lado do Sonho. Será que o Mandamento Sagrado da minha senhora terminou? Penitente... Quem eu deveria vigiar agora?

No telhado da Mãe de Todas As Mães: Eu amei a Misericórdia encarnada nela...e a amei, a filha da própria Misericórdia... Como posso amar alguém mais do que à própria santidade?
Após oferecer presente (Cordão do Sepultamento Genuíno) dado pelo Lvdovico de Albero, ainda no telhado da Mãe de Todas as Mães: A ordem... eu me lembro. Há algum tempo, sua Lei era a minha Lei... Meus pensamentos são lastimáveis, Penitente... Preciso... orar. Obrigado, Penitente silencioso. É meu dever vigiar os outros na ausência de Nossa Senhora. A Ordem me aguarda.

Dentro da igreja de Albero: Penitente em caridade, esta é minha nova casa e, daqui, minha vigília recomeçará. Receba estas palavras que consegui transcrever da voz de Nossa Senhora em sofrimento, para que possam se tornar uma oração entoada em memória dela. A ordem te abençoa, Penitente no caminho da retidão.

Rota 2 - Suicida
No telhado da Mãe de Todas As Mães, sem a posse do Cordão do Sepultamento Genuíno e sem ter conversado com Lvdovico após entregar as três oferendas à Socorro: Eu mantive vigília ao lado dela durante anos. Fui testemunha de todos os sofrimentos dela, de suas lamentações e das feridas... Que eram coradas apenas para sangrar novamente, em um suplício eterno. Ela já não precisa mais lamentar. (Ele irá suicidar-se, se o Cordão não for entregue nesse momento. Ao retornar a esse local, ele já terá pulado).

Rota 3 - Matando Socorro
Após matar Socorro, se optar por acabar com o sofrimento dela ao invés de entregar todas as oferendas: O quê... O que você fez? Nossa Senhora... Talvez... Tenha sido melhor assim... Ela já sofreu o suficiente... Isso é... um ato de verdadeira misericórdia?

Após matar Socorro, encontra-se em uma cela em Muralha dos Vetos Sagrados sem possuir o Cordão do Sepultamento Genuíno: A dor... está live... A dor está entre nós...

Após matar Socorro, encontra-se em uma cela em Muralha dos Vetos Sagrados com o Cordão do Sepultamento Genuíno em Posse: Eu amei a Misericórdia encarnada nela... e a amei, a filha da própria Misericórdia... Como posso amar alguém mais do que à própria santidade?
Após oferecer presente (Cordão do Sepultamento Genuíno) dado pelo Lvdovico de Albero, ainda na cela em Muralha dos Vetos Sagrados: A ordem... eu me lembro. Há algum tempo, sua Lei era a minha Lei... Preciso... orar. Preciso orar.

Após matar Socorro, no telhado da Mãe de Todas As Mães e ter entregue o Cordão do Sepultamento Genuíno a ele: Obrigado, Penitente silencioso. É meu dever vigiar os outros na ausência de Nossa Senhora. A Ordem me aguarda. Três penitentes que comungaram com o Milagre clamaram refúgio e proteção a ela. Essas almas, pelas quais ela sofreu, já partiram para o outro lado do Sonho. Obrigado, Penitente silencioso. É meu dever vigiar os outros na ausência de Nossa Senhora. A Ordem me aguarda.
Crisanta
Rota 1
Desafio pré combate: Penitente em insônia. Levando a espada da culpa, você cometeu os crimes mais sérios contra a Mãe e seus santos, contra o Milagre e seus adventos. Recebemos¹ a tarefa de dar um fim à sua missão. Eu, Crisanta em penitência, te excomungo, te expulso, te condeno, com a benção de Nosso Milagre da Dor Maior. E teu nome deverá ser extinto sob o céu².

Após ser derrotada: Vá em frente... Purifique minha alma, envenenada pelo Milagre.

¹N.E.: Aqui ela fala em primeira pessoa do plural com sujeito oculto, referindo-se, acredito eu, à Perpetva, Esdras e a si mesma, que compõem a Guardas de Sua Santidade.

²N.E.: Essa imponente fala de Crisanta foi a faísca principal para que eu transcrevesse toda a Lore. Claro que há outras passagens do texto e da história igualmente fortes, mas essa é a mais marcante para mim.

Rota 2
Após ser derrotada, se encontrada na capela da Mea Culpa (na parte superior da Irmandade do Pesar Silencioso) sem entregar os Olhos de ouro ao Traidor: As ataduras vermelhas desgastadas revelam a minha agonia. Elas se agitam ao vê-lo, o arquiteto do sacrilégio, aqui, ao final deste caminho árduo, sombrio e desolador... Sua Santidade, nosso pai, aguarda você sob o mármore de seu deambulatório branco. Ele conquistará aquilo que minha espada enfaixada não foi capaz de conquistar, e deixará você de joelhos sobre as cinzas da árvore sagrada que outrora ardeu. Ele colocará a mão misericordiosa em sua fronte, santificando o final de sua blasfêmia. Deixe-me só com essas mentiras, com a quimera, com o delírio da minha própria dor.

Rota 3
Desafio pré combate se o Coração Apodíctico da Mea Culpa estiver equipado: Penitente em insônia. Levando a espada da culpa, você cometeu os crimes mais sérios contra a Mãe e seus santos, contra o Milagre e seus adventos. Recebemos a tarefa de dar um fim à sua missão. Eu, Crisanta em penitência, te excomungo, te expulso, te condeno, com a benção de Nosso Milagre da Dor Maior. E teu nome deverá ser extinto sob o céu.

Após ser derrotada uma vez, se o Coração Apodíctico da Mea Culpa estiver equipado: Essa espada que você brande... A Vontade Suprema canta que devo escapar do beijo de seu aço, pois ele está todo manchado pela heresia de seu portador. Os Grandes, das Procissões Eternas, exigem que eu lute até meu último suspiro. As Três... As Vozes Supremas proclamam que a sua execução não pode ser postergada. Por isso, temo... que minha penitência esteja longe de acabar. Não enquanto as vozes ainda ressoam... Não enquanto seu silêncio perdura...

Após ser derrotada pela segunda vez seguida, em sua segunda fase, se o Coração Apodíctico da Mea Culpa estiver equipado: Vá em frente... Purifique minha alma, envenenada pelo Milagre. Essa dor... que eu sinto... É... mais profundo... mais antigo... A Culpa que você carrega... quebrou algo dentro de mim... Minha fé... minha alma... está ferida... Agora, caminharei até a capela onde tudo começou, onde você se ajoelhou pela primeira vez. Seu primeiro passo... rumo à redenção. Agora deixe-me aqui com a minha ferida profunda.

Após ser derrotada, se encontrada na capela da Mea Culpa (na parte superior da Irmandade do Pesar Silencioso) se entregue os Olhos de ouro ao Traidor e derrotada usando o Coração Apodíctico da Mea Culpa: Outra vez... Minha máscara da cegueira encontra a sua silenciosa. Não se preocupe comigo... os cordões carmesins me protegem dos ferimentos... É verdade, portanto... Apenas sua espada e você, Culpa e Penitência em comunhão divina, podem encerrar esse ciclo eterno, esse crepúsculo sem um começo ou um fim. Penitente, há algo maior do que a Madre Igreja, maior do que o Milagre, maior do que aquilo que eu protegi com a minha vida e a minha fé... É aquilo que controla o Milagre... Falo da Trindade Suprema... A Vontade Suprema. É possível encontrá-la do outro lado do Sonho, no caminho das Procissões Eternas. Mas apenas uma alma em Sofrimento Supremo pode obter a Absolvição Suprema e, assim, ser capaz de alcançar tal lugar. Agora você está marcado pelas Quatro Chagas. A ascensão final está além do Trono. Além do Sonho. Execute sua penitência final e chegue ao Trono Virado. As Procissões Eternas nos aguardam do outro lado.

Em Procissões Eternas, auxiliando O Penitente: Atrás de mim, Penintente! Proteja-se em minhas ataduras carmesim.

Em Procissões Eternas, Após a derrota da terceira forma de Sua Santidade Escribar: O guardião caiu. A verdade final está à sua espera. A afronta final. Agora, avance pelos mantos bordados rumo à luz.
Deogracias
Primeiro encontro, após derrotar o Guardião do Pesar Silencioso: Arrependido seja o coração, Penitente.
A angústia do Primogênito chegou ao fim.
Sou Deogracias, testemunha e narrador dos Atos do Milagre Penoso. Essa é minha penitência, assim como a sua é o silêncio.
O Berço da Aflição é o que você procura. Encontre-o na Mãe de Todas as Mães das igrejas. É um local remoto separado do resto dessas terras por uma enorme porta sagrada e proibida. Até mesmo um penitente sábio como eu desconhece completamente o que há além desses muros altos. Mas sei que, segundo a Lei, é preciso realizar as Três Humilhações para ter acesso ao que há por lá. Uma delas deve ser realizada nas montanhas altas, coberta por camadas espessas de neve e gelo. Outra, nas profundezas de uma igreja sombria e sepultada, onde vive o modorrento. E a última, no final de uma trilha escavada por suplicantes para fora de uma espiral de ferro. Nas entranhas do sino chamado Jondo, que adentra a terra.
Pegue este espinho e coloque-o na sua espada. Se chegar o dia em que você, ao segurar a arma firmemente, perceber que ele está te ferindo, e que faz você sangrar... Que crescem, brotaram mais espinhos e se contorcem sobre a figura do Pai entalhada no pomo... Significará que você está à mercê do Milagre Penoso, quer seja para receber uma punição ou o perdão.
Pesaroso seja o coração, Penitente.

Encontro em frente ao Portão de Bronze, se ele ainda estiver fechado: Aqui está a porta cujo bronze perpetua os suplícios dos escolhidos pelo Milagre. Nela, para que a arte dessas imagens sejam cultuadas e veneradas, é necessário ter ornamentação. Sua Santidade esculpida nos observa, rígido, lá de cima, mas é o relevo do bronze que ordena quem é digno de passar sob seu arco decorado. Encontre as Faces Sagradas, e o Bronze saberá. Pois caprichosos são os caminhos do Milagre.

Encontro após derrotar Ten Piedad: Você realizou a primeira Humilhação da Penitência. Você conheceu a Face da Atrição. Você ainda precisa prostrar-se diante das duas últimas Faces Sagradas. Pesaroso seja o coração, Penitente.

Encontro após derrotar Nossa Senhora da Face Chamuscada: Você realizou a segunda Humilhação da Penitência. Você recebeu permissão para contemplar a Face da Compunção. Você ainda precisa prostrar-se diante da última Face Sagrada. Pesaroso seja o coração, Penitente.

Encontro após derrotar Tres Angustias: Você recebeu permissão para conhecer a Face da Contrição. Penitente silencioso, após curvar-se diante das Faces Sagradas Guardiãs, a porta no final da Ponte do Calvário foi aberta. Penitente silencioso, após curvar-se diante das Faces Sagradas Guardiãs, a porta no final da Ponte do Calvário foi aberta. Atravesse-a agora sob o olhar rígido de Sua Santidade. Nós, penitentes, carregamos tanta culpa que talvez a Aflição esteja nos dando uma segunda chance. Mas cuidado: um dia ela pode se aproximar furtivamente entre as orações. Pesaroso seja o coração, Penitente.

Encontro após passar pelo portão, depois da batalha contra Esdras: Aqueles que você tirou da Punição eram Perpetva e Esdras, irmãos órfãos que chegaram a fazer parte da Guarda de Sua Santidade. Diziam que Perpetva podia falar com seu irmão mesmo após a morte. Pois sinuosos são os caminhos do Milagre. Pesaroso seja o coração, Penitente.

Encontro em Nó das Três Palavras: O Nó das Três Palavras. Foi aqui que aconteceu o Primeiro Milagre. Um jovem devoto e atormentado pediu punição à Vontade Suprema. Ele sentou em um toco de madeira e rezou. Rezou torcendo para ser ouvido. Ele pediu dor, para que pudesse aliviar a culpa que tanto atormentava sua alma. Então o Milagre se manifestou. E fez as raízes crescerem e torcerem os braços e pernas dele, mas nenhuma reclamação ou lamento saiu de sua boca. Todos os habitantes da região presenciaram o fato, e todos rezaram perante o júbilo eterno rogado daquele jovem. Esta árvore trina que brotou anos após a morte dele recebeu o nome de Nó das Três Palavras, pois são três troncos retorcidos, e três foram as últimas palavras daquele jovem: Minha Grande Culpa. Todos os anos, um líquido dourado e ardente flui de seu interior, perpetuando a memória dele e, talvez, nos lembrando de que o Primeiro Milagre não nos abandonou. Pois sinuosos são, foram e serão, os caminhos do Milagre.

Após derrotar Quirce: Aquele que você tirou da Punição era Quirce, um dos Amparados. Ele foi condenado injustamente à fogueira por heresia, e os inquisidores testemunharam as chamas engolindo o corpo dele ao som de uma comunhão horrenda de orações e lamentos. Porém, quando tudo acabou e as chamas se extinguiram, o Milagre misericordioso o convocou novamente, e delas, das cinzas e brasas, o corpo de Quirce surgiu. Pois ardentes são os caminhos do Milagre. Pesaroso seja o coração, Penitente.

Após derrotar Sua Santidade Escribar: Você libertou Sua Santidade de uma tormenta angustiante, e agora ele caminha junto com as antigas procissões do outro lado do Sonho. O berço do Milagre Penoso, a relíquia final, o graal de sangue e outro que emanou da testa do Pai, enquanto ele silenciosamente lamentava pelo momento de sua contorção abençoada. A primeira relíquia está aqui, no topo da montanha de cinzas, ao lado do Trono Virado no qual Sua Santidade foi agraciada por nossa Dor Milagrosa. E agora, sua comunhão final com o Milagre o espera. Só você saberá o quanto dele penetrou em seu coração culpado. Sua comunhão com o Primeiro Milagre o espera.

Narrando o Final B: A montanha de cinzas que engoliu pecados e pecadores também não teve piedade de você. À mercê do Milagre você estava, e à mercê do Milagre você permanece. Você não é nada além de outro semblante anônimo, sem voz, sem expressão.

Após o encontro com Jibrael em Pétrea: Não é possível... Aquilo que suportou centenas de anos de esquecimento retornou. Finalmente retornou...
Diosdado
Primeiro encontro: Esse som não para. Ele ressoa por estas paredes esquecidas, e ninguém sabe sua origem ou seu destino obscuro. Pelo amor da Vontade Suprema, silencie-o, pois há muito tempo anseio por isso. Pelo amor da Vontade Suprema, faça o som parar.
Agradecimento: Eu, Diosdado por batismo, vigilante noturno por necessidade, estou à tua mercê. Você tem minha gratidão por sufocar esse som tão insuportável. Estamos na Biblioteca das Palavras Proibidas, pois as páginas contidas nestes livros empoeirados são proibidas e assim devem permanecer eternamente. Minhas únicas companhias são estas chaves pesadas e as almas errantes que, mesmo após a morte, ainda têm fome de conhecimento. Calcule cada passo, pois estas paredes podem ser ilusórias.

Após entregar a Chave Crescida em Madeira Retorcida: Ah, essa chave que você está carregando... Ela abre uma porta que foi coberta por ilusões antigas há muitas eras. Tenha cuidado com o que repousa atrás dela. A porta te aguarda.

Após interagir e entregar os dois Olhos de ouro ao Traidor: A Face... Às vezes, durante o silêncio mais profundo, é possível ouvir o ouro derretendo dentro da pedra, nas próprias raízes.
Esdras
Primeira aparição, em Ermos das Igrejas Sepultadas: Minha irmã, como eu previ, alguém está caminhando até o portão proibido. Alguém que busca a expiação e a excomunhão de tudo o que é sagrado naquele lugar. Não... Não... Não ponha suas dúvidas sobre mim. Estou preparado.

Segunda aparição, na entrada do Convento da Nossa Senhora da Face Chamuscada: É verdade, minha irmã. Nosso encontro está se aproximando. O Milagre me protegerá. Não preciso da sua proteção desta vez. Deixe-me em paz.

Rota 1
Encontro na Ponte do Calvário, desafio pré luta, sem possuir o item chave Escapulário Incompleto: Irmã, sei que você está aí, mesmo que eu não possa vê-la. Ouça meu apelo. Após sua partida, chegou a minha vez de provar que mereço a confiança da nossa capitã. Não decepcionarei Crisanta. E que a maior das dores me devore se eu permitir que a penitência passe por essa porta. Em guarda, Penitente.
Após ser derrotado: Irmã... Me perdoe... Agora cruzarei para o outro lado do Sonho e voltarei a ficar do seu lado...

Rota 2
Desafio pré luta, se estiver em posse do Escapulário Incompleto: Essa luz fugaz... Não pode ser ela... Isso é verdade, irmã? Essa é realmente a luz sublime de sua virtude? Então... Você recebeu o favor abençoado, e tão aguardado, da minha irmã. Junto com a benção, ela lhe deu a capacidade de ouvir sua nobre e agraciada voz. Penitente. Encontre-me na capela onde a Culpa tomou forma. Onde você foi ungido, Penitente, e onde você se ajoelhou pela primeira vez. Será nesse lugar remoto que minha irmã ouvirá meu apelo, e mandará a própria Voz para mim, mais uma vez.

Ao encontrá-lo, no ponto mais alto da Irmandade do Pesar Silencioso, na capela da Mea Culpa: Penitente virtuoso, foi neste local que a sua espada nasceu da própria culpa, trazendo dor à carne, já que a alma não podia mais sofrer. A voz da minha irmã, que a glória a proteja, recitou versos afetuosos e sábios para mim, e suas palavras revelavam um destino diferente para você. Afastado¹, mas distante. Escondido nas sombras, mas cheio de luz. Venho protegendo esta chave por muito tempo. Ela abrirá a porta atrás da qual aquilo que a própria santidade condenou à reclusão eterna. Mas eu não tenho mais forças ou palavras para descrevê-lo... Vá para a Biblioteca das Palavras Proibidas. Lá você encontrará o portador das chaves, e essa que confio a você é uma das que faltam na coleção dele. (entrega a Chave Crescida em Madeira Retorcida). Vá para a Biblioteca das Palavras Proibidas e procure pelo portador das chaves.

¹N.E.: Acredito que aqui houve um engano e a palavra deveria ser "próximo", para que a contradição da expressão fizesse sentido.

Ao encontrá-lo, no ponto mais alto da Irmandade do Pesar Silencioso, na capela da Mea Culpa junto com Crisanta, que após ser derrotada, estará de joelhos, sem ter entregado os Olhos do Traidor: As mãos lavradas no ouro do elmo de Crisanta evitam o brilho da verdade que você precisa entender. A fé dele nunca deixará essa luz passar. Nem mesmo você acreditou nela.

Rota 3
Ao encontrá-lo, no ponto mais alto da Irmandade do Pesar Silencioso, na capela da Mea Culpa junto com Crisanta, que após ser derrotada, estará de joelhos, se for derrotada com o uso do Coração Apodíctico da Mea Culpa: Após Algo mudou nela... Algo inconcebível, que sou incapaz de julgar...
Gémino
Primeiro encontro (quase todo transformado, braço esquerdo ainda humano): Arrependido e humilhado seja o coração, Penitente silencioso. Estás perante o que restou de Gémino. Oh, não se aflija por mim. O frio é piedoso, pois ele alivia nossa dor e nos anestesia antes de conduzir à morte. Talvez o Milagre sobre o qual tantos falam tenha chegado até mim, aqui nesta tumba de ferro, prolongando a agonia sempre mais um pouco... Direcionaste tua marcha a uma terra prometida, até o local onde os congelados e os queimados se unem em comunhão... Conceda-me o favor de trazer algumas gotas dos óleos que um dia brotaram dessas oliveiras congeladas, aqueles que acabaram queimando os rostos de todo devoto que já alcançou o come. Como meu último desejo, antes que seja tarde demais para mim, permita-me sentir essa dor. Pegue isto (nesse momento te entrega o dedal). Agora, deixe meu braço adormecido se tornar mais um galho dessa oliveira seca. Rápido, ainda consigo ouvir o chamado.

Rota 1
Encontro após possuir e entregar Dedal de Ouro Cheio de Óleo Fervente (se enfrentar Nossa Senhora da Face Chamuscada antes de qualquer outro chefe e conseguir o óleo fervente antes da metamorfose completa): Sinto o óleo fervente penetrar em minhas veias frígidas. Ainda posso responder ao chamado...

Rota 2
Se entregar o Dedal de Ouro Cheio de Óleo Fervente após derrotar Tem Piedad e Tres Angustias com Gémino já completamente transformado: Sinto o óleo fervente penetrar em minhas veias enquanto se mistura à seiva frígida. Não consigo mais ouvir os outros, só ouço o ranger dos meus ossos, da minha pele...
Guardião do ossário
Primeira visita: Este servo solitário te saúda, ó, Penitente. Bem-vindo ao ossário de todos que serão eternamente lembrados. Meu dever é apenas oferecer abrigo a cada uma dessas ossadas que descansam sob esses véus intangíveis de pó. Pouco importa quantos anos ou séculos se passaram; os ossos nos seguem, comunicando-se por meio da crepitação e dos rangidos e por meio do silêncio. Mas esses restos precisam uns dos outros para poderem revelar a verdade que ainda guardam dentro de si. Somente juntos, em íntima irmandade, eles alcançarão o descanso eterno. Por isso, eles clamam por sua ajuda. Traga-os perante a mim e, assim, descobriremos a verdade que eles silenciaram. Traga o restante dos ossos perante a mim, Penitente.

Segunda visita: Ouça o ranger dos ossos na escuridão; pois eles também nos ouvem. Os ossos agradecem a sua ajuda. Eles estão despertando e, com eles, também desperta a Voz. Traga o restante dos ossos perante a mim, Penitente.

Terceira visita: Veja... perceba como as cinzas se levantam debaixo dos nossos pés. Do outro lado da porta, os ossos anseiam pelo despertar da Voz, para que cante mais uma vez para nós. Ah... que Voz amável... Traga os ossos perante a mim e descobriremos a verdade que eles silenciaram. Traga o restante dos ossos perante a mim, Penitente.

Quarta visita: Os ossos estão gratos por sua ajuda, ó Penitente virtuoso.

Após entregar trinta ossos: Você já consegue ouvir a canção deles? Já consegue ouvir a melodia que entoam? A senhora que cantou para os ossos despertou... As ossadas do outro lado abriram a porta para você. Elas lhe dão boas-vindas. Mas tome cuidado com o segredo que elas querem dividir. Traga o restante dos ossos perante a mim, Penitente.

Após entregar todos os ossos: Ah... O ossário está completo. Portanto, minha missão aqui terminou. Não... Minha vigília sobre os ossos acabou... Agora são eles que zelam por mim nesta tumba de cinzas pálidas e misericordiosas. Que a paz deles esteja contigo, Penitente.
Jibrael
Primeiro encontro dentro da Igreja subterrânea em Pétrea: A luz... A luz que você traz cega meus olhos... Meu nome é Jibrael, e sou mantido em cativeiro pelos planos do Milagre Antigo desde que meus braços cresceram, desde o primeiro rangido do meu pescoço torcido. O Milagre me nomeou mensageiro de Saeta. Sim... a Saeta é a canção, a melodia pura e genuína... é muito, muito antiga... Ela tem o poder de fazer as raízes do milagre revelarem as profundezas ocultas, aquilo que já foi esquecido, onde o que é realmente proibido descansa, e espera por você... Mas estamos em uma simples câmara abandonada. Após nosso encontro, o Milagre me levará aonde Saeta poderá ressoar com todo esplendor. As Amanecidas do Milagre esperam por você. Até lá, Penitente.

Encontro no telhado da Mãe de Todas as Mães: A mesma Vontade Penosa que lhe permite ver meu corpo retorcido também lhe permite entrar na Galeria das Cinco Auroras. Penitente, o momento chegou. Você decide se devo tocar este clarim que pesa em meus braços e torce minha espinha. Você decide se este bronze deve exumar as tumbas de cristal onde as Amanecidas te esperam. Você quer fazer o bronze cantar?
Sim (após ação): Uma Amanecida já despertou, e é por isso que a Saeta já está ressoando. As Amanecidas do Milagre aguardam você...
Não: Ah... Eu posso esperar... Sim... Um pouco mais...

Encontro na Muralha dos Vetos Sagrados, Após derrotar uma Amanecida: Você prevaleceu em seu primeiro embate. A primeira Amanecida cerrou os olhos e agora descansa em outro lugar. O Milagre Antigo nunca se esqueceu das Cinco... ele as prendeu por seu capricho sagrado, as amaldiçoou, as condenou. Sim... Ele as manteve dormentes caso precisasse delas. E agora ele precisa. Você quer fazer o bronze cantar?
Sim (após ação): Uma Amanecida já despertou, e é por isso que a Saeta já está ressoando. As Amanecidas do Milagre aguardam você...
Não: Ah... Eu posso esperar... Sim... Um pouco mais...

Encontro em Ecos de Sal: O tempo de abrir o Sarcófago Espelhado se aproxima. As Cinco protegiam o Retorcido sempre que ele era exibido em público, quando ele ainda vivia naquela prisão divina de dor e piedade, apoiado e enraizado em uma árvore, entre lágrimas e rangidos. Já faz muito... Sim, muito tempo... Delas surgiu Saeta, a marcha de procissão que se espalhou por toda parte, avisando a todos que o Pai estava sendo persuadido novamente. Você quer fazer o bronze cantar?
Sim (após ação): Uma Amanecida já despertou, e é por isso que a Saeta já está ressoando. As Amanecidas do Milagre aguardam você...
Não: Ah... Eu posso esperar... Sim... Um pouco mais...

Encontro em Convento de Nossa Senhora da Face Chamuscada: A paixão de Laudes, a primeira Amanecida, era imensa. A devoção que ela tinha pelo Retorcido era tão grande que o corpo dela não foi capaz de suportar. Certa noite, ela sentiu os poros da própria pele se abrirem, e a paixão começar a brotar por eles, assumindo a forma de ouro líquido. Naquela noite longa, o fio delicado foi tecido pela Vontade Suprema, criando os corpos de outras quatro mulheres. Elas eram a própria paixão de Laudes encarnada. O Milagre era ciumento... Sim... tinha ciúme da paixão incomensurável de Laudes, e suas quatro réplicas, seus quatro reflexos, pelo Retorcido. Ele queria toda aquela devoção para si mesmo. Assim, ele levou as Amanecidas e as enterrou em um sarcófago de vidro que continha todo aquele fervor desmesurado. Ele as condenou a esperar até que o Milagre as reclamasse. Você quer fazer o bronze cantar?
Sim (após ação): Uma Amanecida já despertou, e é por isso que a Saeta já está ressoando. As Amanecidas do Milagre aguardam você...
Não: Ah... Eu posso esperar... Sim... Um pouco mais...

Encontro no Salão da Aurora, após derrotar Laudes: Laudes... Oh, minha Laudes... Você recebeu a liberdade? Você vai retornar para o outro lado do sonho agora que cumpriu sua sentença? Diga-me que eu estarei ao seu lado... Diga-me que... toda essa espera... não foi em vão. Uma grande felicidade me espera...
Jocinero
Primeira visita, se algum querubim foi resgatado: Você encontrou alguns dos meus irmãos. Ainda peço que encontre o restante deles, no entanto, por isso guarde esta tela feita do ouro de nossas faces e os Irmãos o guiarão. Penitente, ao encontrar meus irmãos sagrados, você concluiu a visão do meu nascimento, que foi pintada em uma tela adormecida. Meu nome é Jocinero, nasci da lua e do sofrimento de um touro furioso, e de mim mesmo, pela graça da Vontade Suprema, meus irmãos sagrados. Por favor, encontre os outros que restam.

Após o resgate dos trinta e oito querubins: Bem-aventurados são seus passos de regresso. Você encontrou todos os meus irmãos aprisionados pelo Milagre. Agora que eles estão livres, poderão proteger todas as almas em penitência, além da sua. Aproxime-se e receba este pedaço da lua. Com ele, um dos meus irmãos sagrados ficará ao seu lado sempre que necessário. Contrito seja o coração, Penitente afortunado.
Laudes, a primeira Amanecida
Desafio pré combate, em Salão da Aurora: Ah, Saeta. Que seu lamento lancinante, que já quebrou os espelhos do meu túmulo, agora concedam a luz. Saeta, que desperta o desolado, incendeie estes cinco olhos inertes! Minha punição, mil anos de tormenta, corrói meus ossos como veneno, graças a uma paixão bordada a ouro, virtuosa, porém proibida, que deixei crescer em meu ser. Mas somente o Milagre provê. Somente o Milagre toma de volta. Em troca do meu despertar, devo encerrar tua intenção petulante, Penitente. E, então, a noite longa chega ao fim. Que venha o alvorecer.
Ao vencer a luta contra O Penitente Silencioso: Morra e volte a mim quando nosso Milagre tiver te trazido de volta.
Ao ser derrotada: Minha paixão, que antes tomou a forma de ouro, agora retorna ao meu corpo.
Lvdovico
Primeira visita, após encontrar a janela da Igreja de Albero aberta: Tu chamaste na Janela da Ordem do Santuário Real. Aqui, juntamos os restos daqueles que foram separados e esquecidos, para podermos conceder a eles um sepultamento sagrado, conforme prescreveu nossa Lei caridosa. Ajudes essas pobres almas, ó Penitente em silêncio. Que a Ordem te abençoe.

Após entregar qualquer uma das três partes de Tentúdia: Pobre donzela... Muitas lágrimas foram derramadas em honra ao nome santo dela. Mil orações não esclarecem se o Milagre Penoso é uma manifestação da verdadeira santidade... Ainda assim, em nosso coração não restava dúvida de que ela havia sido punida injustamente. Encontre os próximos restos. A Ordem te abençoa.

Após entregar outra parte de Tentúdia: A Ordem te abençoa, Penitente silencioso.

Após entregar a última parte de Tentúdia: Os restos de Tentúdia foram coletados. Agora é possível dar a ela um segundo, e verdadeiro, sepultamento. Com esta súplica, que ela olhe por ti (entrega a oração Debla das Luzes). A Ordem te abençoa, Penitente silencioso.

Após interagir com Cleofás: Então, já encontraste Cleofás... Ele já foi membro desta congregação. Certo dia, pesaroso, ele quebrou seus votos e partiu ouvindo a notícia de que... um milagre havia acontecido. Nunca mais soubemos dele. Por favor, dê isso a ele. Vai ser muito importante para ele. A Ordem te abençoa, Penitente silencioso.
Mirian
Encontro na Mãe de Todas as Mães, na sala com o Vitral da Rosa Azul: Guerreiro sem face, mantenha teu curso. Sinto... um fardo pesadíssimo dentro de ti, apesar de não poder ver o teu rosto nem ouvir a tua voz. Perdoe meus modos... Meu nome é Miriam. Este lugar de sombras rubras me convocou. Algo nesta terra sofrida, uma vontade que escapa à minha compreensão, decidiu que eu mudasse o curso da minha jornada e me trouxe até este lugar. E se ela autorizou este encontro, deve ser porque estamos sendo testados, destinados a ajudar um ao outro sob seu olhar vigilante. Este cristal à nossa frente é o que me permite viajar até terras longínquas. Mas, como você pode ver, está rachado e desprovido de mágica. Para restaurá-lo, devo encontrar os fragmentos que estão espalhados por todo o mundo. Eu suplico, permita-me mostrar um deles a você. Ele está logo após esta porta. (na sala seguinte): Este é um dos Portais da Rosa Azul que protege cada um dos fragmentos de cristal. A força dessa magia não permitirá a minha entrada. Peço que, por favor, me ajude, guerreiro anônimo. Entre no meu lugar e recupere os fragmentos. Devo voltar ao meu reino e não posso tardar. Ajude-me guerreiro. Entre nos portais e recupere os fragmentos do Cristal. (após recuperar o primeiro fragmento): Olhe, o Portal da Rosa Azul se fechou... O fragmento retornou e o Cristal está reformando. Eu lhe imploro, me ajude a recuperar os fragmentos restantes. Voltando à sala anterior: Olhe! O Cristal da jornada está se recuperando. Sinto a mágica aumentando novamente. Por favor, me ajude a recuperar os fragmentos restantes. O Cristal está se reformando. Sinto sua magia, seu chamado...

Após restaurar por completo o Cristal, encontrando todos os fragmentos e fechando todos os portais: Guerreiro, você recuperou todos os fragmentos. Vamos voltar para o Salão dos Espelhos. Vamos voltar para onde reside o Cristal.

Após restaurar por completo o Cristal e encontrando-a no santuário “Todas as Lágrimas do Mar”, dentro da Mãe de Todas as Mães: O Cristal está completo. Ele recuperou todo o poder. Estou pronta para partir agora. Devo me despedir de você e voltar à minha terra. Não sei se nos encontraremos de novo, guerreiro sem face. Mas peço que receba isto como símbolo da minha gratidão. (Presenteia com a oração Cantiña da Rosa Azul). Com esta oração que lhe concedo, é possível invocar uma parte do meu poder. Use-a com sabedoria, pois essa magia descende das sombras. Até nosso próximo encontro, guerreiro.
Nacimiento
Primeiro Visita: Duas faces saúdam você, Penitente. Meu nome é Nacimiento. Contemple meu peito, sobre o qual um semblante antigo envelhece cada vez mais. Um rosto que não fala, não pensa, enquanto o meu rejuvenesce de tal forma que, agora, pareço uma criança. Não consigo entender o propósito de uma condenação tão terrível, não importa o quanto eu reflita sobre os pecados que cometi para merecer isso. A graça do Milagre está presente mesmo em quem sofre a punição. Talvez eu possa reduzir a magnitude dessa sentença ajudando você. Traga-me o mercúrio, que é capaz de florescer sob nossos pés por capricho do Milagre Penoso, e eu o misturarei com a bile de seus frascos, aumentando sua dádiva. Traga-me o mercúrio, que é capaz de florescer sob nossos pés por capricho do Milagre Penoso, e eu o misturarei com a bile de seus frascos, aumentando sua dádiva.

Segunda visita, ao entregar itens requeridos: Cheio de graça seja o coração. Com essa prata, eu abençoo a mistura que recuperará seu sangue derramado.

Após entregar três mercúrios: O antigo... está saindo do meu corpo... está nascendo pela fenda em meu peito, pela qual a face dele estava perscrutando. Penitente... o que eu devo fazer? Devo permitir que o Milagre continue com a punição? Rápido. Traga-me o mercúrio antes que seja tarde demais.

Após entregar cinco mercúrios: Pelo seu próprio bem, deixe-me em paz... Não é necessário ponderar sobre o futuro...
Perpetva
Em seu túmulo: Penitente, você está perante o túmulo sob o qual meu nome, Perpetva, descansa. E, com ele, um corpo que pereceu há muito tempo. Apesar de já termos nos conhecido por meio das chagas do nosso confronto, a audácia da sua fé nos proporcionou um novo encontro. Um encontro escondido de um Milagre que, no final, sabe de tudo. As chagas de nosso primeiro confronto cicatrizaram há muito tempo. Já naquele tempo pude testemunhar sua obstinação em seu propósito e como nada o faria vacilar.
Sua força é tanta que meu irmão Esdras, convencido de que você cometerá crimes contra a Igreja, pediu minha benção para impedir o seu acesso a um local tão sagrado. Penitente, vi um caminho diferente para você, cujo destino supremo não é o que está esquecido nem o sagrado protegido pelos muros da Madre Igreja. Eleve-se acima de tudo isso, até mesmo dos salões do Sonho. Essa minha voz é limitada, ela não é capaz de dispersar toda a névoa invisível que embaralhou a verdade e nos confundiu. Pegue esse escapulário, cujo brilho indicará a ele que você tem a minha benção e perante o qual com certeza cairá de joelhos. Pois ele me ama, profundamente. Nesse momento, meu sussurro macio alcançará os ouvidos dele, suplicando que ele te auxilie. Vá sem medo, Penitente.
Redento
Primeiro encontro, na entrada de Jondo: Oh, Penitente! Percorremos estradas estranhas sob o mesmo firmamento. Sem outra ocupação, sem outro nome. Meu nome é Redento, peregrino descalço da Ordem dos Genuflectores. Por obséquio, não te ofendas por eu não olhar para o teu rosto, pois sempre ficamos inclinados para frente, assim não desviamos os olhos do caminho. Este é nosso velho preceito. Estamos perante Jondo, o grande sino enterrado, construído de cabeça para baixo para que seu toque estremecesse a terra e alcançasse regiões distantes. Agora, Jondo ressoa um gemido trino profundo, que ecoa por seus amplos círculos espirais. Meus pés desejam cruzar até o outro lado desse vale antigo, para chegar ao próximo destino. Oh, meus pecados! Quem poderia me ajudar? Parei aqui para procurar uma forma de cruzar para o outro lado, para continuar minha penitência errante. Ah! Não deixe isso te perturbar, Penitente em culpa, pois meus pés desfrutarão da caminhada há tanto tempo desejada. Penitente, que tuas ocupações nunca silenciem teu espírito ou teu corpo.
Agradecimento 1: Oh! Tu és a resposta para as minhas preces! A Ordem te agradece por tua ajuda. Minha permanência aqui é inútil. Vá com o Pai, ó Penitente.

Segundo encontro, em Irmandade do Pesar Silencioso: Momentos aflitivos nos unem outra vez, Penitente. Parece que uma muralha intransponível se coloca entre nossos pés e nossos destinos sagrados. Haverá, algum dia, uma benção que nos salve desta lamentação?
Agradecimento 2: Não sou digno da tua compaixão infinita. Abençoados aqueles que a encontram. Rezarei por ti e agradecerei ao Mestre por este encontro santo. Agora, meus pés marcham rumo à Muralha dos Vetos Sagrados. Como um simples peregrino pode superar tal fortaleza? Ó, Pai Fraternal! Ó, mestre dos peregrinos! Quão árduas serão as próximas provações? Minha permanência aqui é inútil. Vá com o Pai, ó Penitente.

Terceiro encontro, em Ermo das Igrejas Sepultadas: O caminho abriga o consolo e a vida. Eu suplico, ouça minhas orações, ó Senhor dos pés descalços! Oh! Perdoe-me, Penitente... Sem que eu saiba, envolto em orações, nossos caminhos e falhas se encontraram novamente. O que posso fazer para evitar as dificuldades que o Milagre colocou diante dos meus pés descalços?
Agradecimento 3: Ó, Penitente! É verdade que as estradas são livres? Que visão soberba tu me propiciaste. Abençoado seja o nosso encontro. Minha permanência aqui é inútil. Vá com o Pai, ó Penitente.

Quarto encontro, em Pátios dos Passos Silenciosos: Penitente, receba minha confissão... A covardia enraizou-se em mim perante esse novo teste do Milagre Penoso. Quem somos nós, os peregrinos, senão pecadores que escolheram vagar como a penitência mais branda? Oh! Que minhas costas curvadas cubram minhas lágrimas. Penitente, que tuas ocupações nunca silenciem teu espírito ou teu corpo.
Agradecimento 4: Aqueles gritos encheram minha alma de pavor... Tu purificaste meus medos e ajudaste este pobre peregrino outra vez. Escolhemos caminhos diferentes, ainda assim, a absolvição nos aguarda ao final do caminho, a ti e a este pecador. Não importa onde ela esteja, perto ou longe, nesta vida ou do outro lado do Sonho. Piedoso seja o coração, Penitente. Minha permanência aqui é inútil. Vá com o Pai, ó Penitente.

Extra
Quarto encontro, em Pátios dos Passos Silenciosos, se Redento encontrar o corpo de Cleofás enquanto está nesse local: Ó... Penitente, estamos cercados de tragédia, morte e dor... O Milagre nos pune com suas mãos terríveis, mãos que alcançam qualquer lugar, nossos corações e até nossos pensamentos. Há punição pior do que aquela que não sabemos o motivo?
N.E.: Após isso, segue com o diálogo esperado para esse encontro. Vide diálogo anterior).

Quinto encontro, dentro da Mãe de todas as Mães: Ó meus pecados! Uma longa jornada repleta de reflexão não basta? E quanto aos calos nos pés, as cãibras nas pernas, a sede, a testa queimada pelo sol que parece nunca se pôr? E quanto à tortura da mente quando a culpa perfura nossos corações, vezes sem fim? Ó meus pecados, que outras punições vós desejais?
Estás diante do Primeiro Peregrino. O primeiro da Lei dos Pés Descalços, Mestre de todos os
pecadores errantes. Esta velha estátua de calcário foi erguida onde a peregrinação do mestre terminou, no local de seu último passo. Foi então que o Milagre o levou nos braços para que pudesse continuar seu caminho na estrada das antigas procissões. Mestre dos Pés Descalços, o que mais queres de mim?
Agradecimento 5: O Mestre nos mostrou a continuação do caminho. Novos passos nos esperam sob a pedra gelada. Mestre dos Pés Descalços, espere por mim... Ó, meus pecados...
Senhor Santificado das Margens Salgadas*
Primeira visita: Este lugar é outro sonho, Penitente. Eles creram em mim como um santo digno de devoção, e a única coisa que dei em troca de suas orações foi o salitre que percorre esta terra desolada e adentra nossos corpos. A punição do Milagre para o falso ídolo é conferir a ele uma falsa santidade. Não tente saber meu nome, pois ele também está coberto de sal. Traga-me qualquer coisa que possa ser abençoada, assim você destruirá esse meu destino e permitirá que eu cruze para o outro lado deste sonho falso.

Ao entregar o Ovo da deformidade Eclodido: A Deformidade surgiu. Você recebeu três línguas nodosas, capazes de criar raízes profundas e retorcidas, reproduzindo a dor de suas três mães. Em nome da Vontade Suprema, eu abençoo esta relíquia. Vigie-a, pois agora ela é pura e sagrada.

Ao entregar o Pano de Linho: Contemple o tecido de linho que absorve o suor das febres, dos pensamentos e de sonhos pecaminosos. Uma ferramenta que obtém segredos e confissões proibidas, mesmo daqueles que já partiram para o outro lado do Sonho. Em nome da Vontade Suprema, eu abençoo esta relíquia. Vigie-a, pois agora ela é pura e sagrada.

Ao entregar a Mão Cortada: Na hora da morte do mestre, antes da jornada, o Milagre beijou a mão dele, interrompendo a corrupção da carne e concedendo a ele uma nova graça. Em nome da Vontade Suprema, eu abençoo esta relíquia. Vigie-a, pois agora ela é pura e sagrada.

*N.E.: Não sei qual é a tradução oficial para o nome desse personagem, pois ele não se apresenta pelo nome.
Senhora das Seis Dores Lancinantes
Primeiro encontro, em qualquer lugar: Abençoados são os olhos que com devoção enxergam meu coração atormentado. Aproximem-se aqueles que se regozijam no sofrimento e no jejum, pois sua penitência é prazerosa. Seis dores lancinantes puncionam meu peito florido: pegue a primeira e purifique uma das seis máculas mortais da sua alma.

Do segundo ao quinto encontro, em qualquer lugar: Pegue a minha próxima dor profunda.

No sexto encontro: Pegue a última das minhas dores, a mais aguda e profunda de todas. Agora parte rumo ao Berço da Punição, ó Penitente em culpa.
Soledad
Primeiro encontro: Não tema meu corpo, por meio do qual passam tanta luz e escuridão, nem meu rosto, que parece desfigurado atrás dessas barras douradas. Soledad é meu nome, e fui encarcerada por ordem de Sua Santidade nesta prisão, que foi decorada pelo próprio Milagre. A Vontade Suprema me concedeu a oportunidade de ajudar você enquanto meu corpo permanece uma chama azul. Eu aguardarei, dormindo, até que você entregue os nós para mim, para que minhas mãos de fumaça possam amarrá-los, expandindo, assim, os mistérios de seu rosário.

Após dar um nó de rosário a ela: Agora, permita que meus dedos amarrem um novo mistério.

Interagir sem possuir nós, mas após ter dado o primeiro: Volte quando tiver novas contas de rosário para amarrar. Que o seu coração se liberte do pecado.

Após entregar todos os seis nós de rosário: Você completou todos os mistérios do seu rosário. Minha tarefa está concluída, mas, como resultado, agora meus pecados se tornaram imperdoáveis. Não sei ao certo aonde irei, só sei que não será para o outro lado do Sonho. Meu corpo azul incandescente está se extinguindo...
Sua Santidade Escribar
Rota 1
Desafio pré luta (falando sem se mostrar): Escuto, em meus sonhos, seus passos se aproximando. Tento, ainda no sonho, falar com você e me apresentar. Guardião do Milagre, e do estandarte do Milagre, com dor intensa, carrego o emblema do Pai. Sou as mãos da pele ensanguentada, sou os olhos com os quais nossa Mãe observa. Mas nada sei sobre você, além da face fria e anônima. Além das mãos calejadas, Além de suas mortes. Não. Não sei nada sobre você, só o Milagre sabe.
Após aparecer no cenário: Agora, que a sua espada cheia de culpa, com a minha repleta de ouro, colida. Que elas firam e marchem em procissão. Eu amaldiçoo eternamente o seu nome. Eu te abençoo na morte.

Após ser derrotado uma vez: Você estilhaçou o espelho no qual me viu dormindo. Agora me vê desperto como o filho do Milagre Real.

Rota 2
Após ser derrotado duas vezes, encontrado em sua terceira forma, após o Trono Virado, Em Procissões Eternas: Aqui estamos, meu vulto rubro e você, deste lado do Sonho. O Milagre me transformou numa sentinela de seu lar sagrado. Esse é meu novo chamado. O que você espera encontrar aqui além da luz cinza ofuscante que ameniza nossas feridas e do vasto horizonte sem fim? O caminho dos caminhos terminou e, com ele, a sua penitência. Agora, que o seu corpo, assim como o meu, seja banhado em sangue. Este será o seu local de descanso final, mas ninguém poderá zelar por você. Não há sentido em recuar perante os desejos do todo-poderoso e onisciente Milagre.
Após levar determinada quantidade de dano: Sangre, pois só o sangue derramado nos aproxima da verdadeira Santidade.
Após sofrer ainda dano: O que é esse frio que nasce das minhas entranhas? Será a morte da alma, da mente, do ser?
Após ser finalmente derrotado: Minha tarefa final está concluída. Partirei, assim como todos aqueles que me amaram. Agora, afundarei neste mar de nuvens, neste reino de pó e luzes bruxuleantes.
Tirso
Primeira visita: Pesaroso seja o coração, Penitente. Bem-vindo à vila de Albero, santuário da humilde irmandade dos Beijadores de Chagas. Restam poucos que ainda conseguem fazer isso, mas meu nome é Tirso. Poucos de nós ainda se importam com os doentes e debilitados. Com beijos de devoção, abençoamos as feridas daqueles que buscam nossa proteção, assim, nós e eles permanecemos à mercê do Milagre. O tempo do outro lado dessas paredes passa de forma estranha, em pores do sol que não precisamos contemplar. Mas, se por acaso, sua penitência te levar até esse tipo de céu, seja gentil e nos traga ingredientes para nossos unguentos. A vontade do Milagre mostrará quais são esses ingredientes. Pesaroso seja o coração, Penitente cheio de clemência.

Rota 1
Após primeira entrega de erva medicinal e a cada subsequente entregue: Piedoso seja, Penitente. Com sua contribuição, a obra desta irmandade prosseguirá.

Após derrotar Exposito, Melquiades e Quirce, se também foram entregues a tempo todas as ervas medicinais: O Milagre foi piedoso conosco. Enquanto esta irmandade tiver irmãos, mesmo que apenas um, haverá esperança para os enfermos. Aceite isto como símbolo da minha gratidão, Penitente em piedade. Pesaroso seja o coração, Penitente cheio de clemência.

Rota 2
Após primeira morte de um membro dos Beijadores de Chagas: O Milagre está nos levando embora, um por um. Poderíamos evitar esse destino imposto sobre nós pela Vontade Suprema?

Rota 3
N.E.: Talvez com mais mortes dos membros da Irmandade dos Beijadores de Chagas o que Tirso Dirá se altere. Não testei para averiguar se isso realmente ocorre.
Traidor, Quarta Face Guardiã Sagrada
Primeira visita, na parte secreta e subterrânea de Nó das Três Palavras: Penitente dos passos silenciosos. Aproxime-se deste rosto de ouro pálido, com buracos vazios no lugar dos olhos. Você está perante as raízes da árvore nodosa dos Três Mundos, elas formam as barras da minha prisão. Elas dizem que minhas palavras são falsas e que esta é a cara da dissimulação... E, por esse motivo, fui exilado dos meus três outros irmãos, as Faces Guardiãs Sagradas. Eles me traíram, me puniram e arrancaram os meus olhos, para que eu não pudesse mais ser uma testemunha da verdade. Agora só resta a escuridão eterna ao meu redor. Que sua compaixão ajude você na busca por meus olhos dourados roubados. Um deles pode ser encontrado em um lugar habitado por ossos, dos quais emanam uma canção melodiosa. O outro está num mar ressecado, ao qual os navios se dirigem para morrer ao som de terríveis trovões. Encontre meus olhos, Penitente. Pois somente assim poderei revelar meu segredo a você. Que sua compaixão ajude você a encontrar meus olhos roubados. Pois somente assim poderei revelar meu segredo a você.

Após entregar o primeiro Olho de Ouro: Oh... Mesmo neste lugar, debaixo de tantos solos, estou deslumbrado. Mas abençoada seja a luz cuja intensidade cega, pois atrás dela há sempre uma semente de virtude. Encontre meu outro olho, ó Penitente misericordioso. Penitente, encontre meu outro olho. Pois somente assim poderei revelar meu segredo a você.

Após entregar ambos os Olhos de Ouro: Você encontrou meus olhos... Agora posso ver este lugar horrível, esta prisão do que sou e o que fui por tanto tempo... Penitente, ouça com atenção. Nas almas mais fervorosas, nos corações mais devotos vive a semente que acalenta a consciência e controla a vontade: São os elos de correntes invisíveis provenientes de locais remotos, sagrados e proibidos. Onde a Vontade Suprema habita. Vou dar-lhe aquilo que venho protegendo desde que fui banido do Sonho. Pegue, receba isto. Este é o Verdadeiro Coração de seu gume culpado. Com esse coração você despertará a verdadeira culpa de sua espada, permitindo que você perfure os corações cobertos pelo véu do Milagre. Liberte das correntes a alma cuja declaração de fé, gravada no próprio elmo, é a mais verdadeira, mais virtuosa e resoluta de todas. A alma de Crisanta Envolta em Agonia. E, assim, você infligirá a maior de todas as chagas sobre ela. A chaga da alma. A maior... de todas as chagas...

Obs.: Caso esse encontro ocorra após o duelo contra Crisanta, nenhuma interação ocorrerá, mesmo possuindo ambos os Olhos de Ouro do Traidor.
Itens Chave parte I
Espinho: Pequeno presente de Deogracias, pregado à efígie do Retorcido sob a guarda de sua espada. Os espinhos que surgiram do Milagre se alimentam de pecado e culpa, crescendo junto com o fardo que seu portador carrega.
Detalhe: Despedida de Deogracias
“Irmão Abade, o senhor sabe que sou escriba dessa abadia desde quando era muito jovem. Escrevi sobre nossa igreja, nossos santos e nosso Milagre da Dor Maior. Devo informá-lo que tomei a decisão de ir embora. Mas não de deixar de escrever. Cercado por estes muros altos não posso ser uma testemunha verdadeira das obras do Milagre. Eu preciso apreciar com meus próprios olhos suas obras santas. Serei narrador do Milagre por onde quer que ele me leve, chuva, sol ou areia escaldante sob meus pés descalços.”
À medida que o item aprimora, muda de nome, mas mantém as descrições: Broto Incipiente; Sarça Espinhosa; Sarça Manchada de Sangue; Sarça Carmesim, Trepadeira Trançada em Sangue e Cvstodia do Pecado.

Chave para a Câmara do Primogênito: Uma chave proibida mantida pelo Primogênito da Irmandade, mas que foi perdida em algum momento e assim selou para sempre a câmara que poderia abrir.
Detalhe: ...Ouço o lamento dele. Aquele que no início acreditavam ser mudo, desde que fora testemunha do Primeiro Milagre. O aflito que suplicou por punição e teve seu pedido concedido. Ouço o lamento dele. Ainda que o Pai já não esteja conosco, mesmo que suas imagens, grandes e pequenas, permaneçam em todos os lugares sagrados. Ouço o lamento dele. É o Milagre que me faz ouvi-lo, este é meu castigo como Primogênito e guardião desta congregação cujo mistério é o silêncio do Pai. Ouço o lamento dele e não quero mais ouvi-lo. Farei com que os seus tapem o Dele. Essa é minha penitência...

Rabanete de Tomilho: Arranjo de ervas aromáticas que antes eram comuns entre os rochedos das Fronteiras de Bronze. Hoje, entretanto, a escassez as tornou cada vez mais valiosas, especialmente entre aqueles que conhecem suas propriedades medicinais.
Detalhe: Não demorou para que cada vez mais pessoas viessem até nós, afetadas por aquele sofrimento terrível e desconhecido. Famílias inteiras, os velhos, os jovens e até os recém-nascidos. Nós, irmãos da congregação, não conseguimos lidar com aquilo. Nossos cuidados, unguentos e preces constantes não funcionavam. Estávamos perdidos, imersos na escuridão do incerto.

Cravo Seco: Tempero raro e aromático, vindo de terras distantes. As caravanas comerciais deixaram de percorrer essas estradas de pedra há muito tempo, tornando este item uma verdadeira descoberta. Antigamente era muito valorizado pela potência em cataplasmas e bálsamos.
Detalhe: Não era mais apenas um rumor. A afecção havia chegado a Albero sem alarde. O surgimento e a punição do Milagre de que tanto se falava se fez presente em um jovem que chegou à nossa pequena congregação, cheio de medo, perguntando-se qual tinha sido seu pecado imperdoável para receber tal condenação.

Ramalhete de Alecrim: Arranjo de ervas aromáticas que há pouco tempo eram comuns na Floresta do Caminho Santo. Hoje, entretanto, a escassez as tornou cada vez mais valiosas, especialmente entre aqueles que conhecem suas propriedades medicinais.
Detalhe: Confissões de Tirso. Parte 5
"Os membros da congregação, testemunhas daquele fenômeno, assistiam surpresos e assustados. Todos, exceto por uma de nossas irmãs que se ajoelhou do meu lado, e sem temer o possível contágio, beijou uma das feridas terríveis que a afecção havia causado no jovem. A ferida começou a se fechar, e os irmãos caíram de joelhos, entre choro e orações.”

Alho de Incenso: Bulbo branco como osso, muito difícil de encontrar. O aroma intenso, que lembra o perfume de sândalo, exala apenas em dias chuvosos, traindo seu esconderijo. Os herboristas de melhor olfato o buscavam pelas suas propriedades milagrosas.
Detalhe: Confissões de Tirso. Parte 6
"Desde então, nossos beijos piedosos salvaram centenas da afecção do Milagre que desola estas terras, e desde então nossa congregação tem sido chamada de os Beijadores de Chagas."

Alho Negro: Bulbo escuro, envolto em poeira negra. Sua descoberta é sinal de bem-aventurança, pois nasce apenas como o primeiro fruto em terras queimadas. Dizem que seu chá aplaca muitas dores, mas poucos têm coragem de provar.
Detalhe: "E o que poderíamos fazer, um grupo de curandeiros simples e profanos, cegos para as vontades incertas do Milagre? Rezar, suplicando pelo perdão? Qual seria o sacrifício para que nossas preces fossem ouvidas? Aquele jovem estava à mercê do Milagre, e à mercê do Milagre estávamos nós com ele."

Sementes de Oliveira: Um punhado de sementes, preservadas com cuidado. Os caroços de azeitona são triturados até se tornarem um unguento, essencial na bolsa de qualquer curandeiro.
Detalhe: Confissões de Tirso. Parte 4
"Durante uma das noites em que o jovem agonizava, entre os terríveis tremores da febre, com as feridas surgidas em seu corpo abrindo-se mais e mais, me aproximei dele. Senti tanta pena que o envolvi nos braços e, entre lágrimas, beijei sua testa. Enquanto sentia o ardor nos meus lábios, notei que o jovem abria os olhos e me encarava, sua agonia havendo cessado de repente."

Restos Carnais de Tentúdia: Restos de Tentúdia, a noviça assassinada, que foram separados para que ela não pudesse receber a Santa Sepultura.
Detalhe: "Quem era Tentúdia, quer saber? Bem, era uma menina nascida nessa mesma vila amarelada de Albero, como você e eu. No aniversário de quinze anos dela, algo muito incomum aconteceu. Os pais assistiram ao cabelo dela começar a se contorcer, inevitavelmente tornando-se finos espinhos. Preocupados por pensar que era um castigo do Milagre, eles a enviaram como noviça para um convento distante, famoso pela estrita reclusão, assim impedindo a descoberta do que, sem dúvida, seria considerado heresia."

Restos Capilares de Tentúdia: Restos do cabelo espinhoso da noviça Tentúdia, que foram separados do resto para que ela não pudesse receber a Santa Sepultura.
Detalhe: "Tentúdia passou muitos anos naquele convento e, quanto mais adulta, se tornava cada vez mais difícil esconder o cabelo que não parava de se retorcer e crescer espinhos, e o sangue das suas feridas não demoraram a manchar seus hábitos de branco puro. As freiras, ao se darem conta, se assustaram e passaram a considerá-la amaldiçoada e uma herege, assim como temiam os pais."

Restos ósseos de Tentúdia: Restos da noviça Tentúdia, que foram separados para que ela não pudesse receber a Santa Sepultura.
Detalhe: "As freiras planejaram sua execução em segredo, sem sequer um julgamento ou relatório para a igreja, por medo que chegasse aos ouvidos dos implacáveis inquisidores do Milagre. Assim, após a condenação, não lhe deram uma sepultura digna de uma irmã do convento e enterraram os restos de seu corpo espalhados pelos arredores, pois é sabido que se o corpo não está completo em seu sepulto, a alma não cruzará através do Sonho."
Itens Chave parte II
Nó de Cordão de um Rosário: Nó de cordão, feito a partir do tecido dos hábitos de monges mortos em tempos antigos.
Detalhe: Seu nome era Engracia. Seus rosários eram os mais belos de toda Cvstodia. Seu ateliê era frequentado pelos mais prestigiados sacerdotes e bispos, e mesmo nossa Santidade Escribar comissionou trabalhos dela. Tal era a maestria da velha Engracia que seus rosários eram incomparáveis em termos de beleza, delicadeza e perfeição. Chegou-se a crer que um rosário que não fosse criado por ela não receberia bênção divina, as preces não seriam escutadas e que, além disso, seria pecado. Isto provocou a proibição pela Madre Igreja de todos os outros rosários, chamados de falsos rosários, que foram apreendidos e queimados. Aqueles que mantinham um falso rosário eram duramente castigados, e, às vezes, acusados de heresia. Então todos começamos a nos perguntar o que seria dos rosários quando Engracia não estivesse mais entre nós.

Vaso de Bile Vazio: Vaso feito de ouro e cristal capaz de conter a bile santificada que emana das fontes do luto.
Detalhe: "Levante-se e nos conte o que testemunhou”, disse o Escriba, sem desviar os olhos do papel. "Recebi ordens para exumação de um penitente que foi enterrado cerca de um ano atrás”, respondeu o coveiro. "Era muito querido em Albero e muitos paroquianos vinham ao seu túmulo. Mas quando o desenterrei, vimos que de uma rachadura em seu sarcófago saía sangue vermelho como vinho. Aqueles que ali estavam correram para abrir seu caixão e o carregaram nos ombros, enquanto a lateral de seu corpo jorrava sangue. Outros correram para casa e buscaram baldes e garrafas para guardar todo aquele sangue que não parava de derramar.”

Mercúrio: Esfera de prata liquida abençoada pelo Milagre. Chegou a Cvstodia pelas mãos de alquimistas vindos de terras distantes, quando as estradas ainda estavam abertas e as carroças deixavam marcas na lama. Nas mãos certas, o poder de cura que emana dela poderia ser revivido, mas, infelizmente, a arte da alquimia s perdeu há eras.
Detalhe: Ele surge dos poros da terra. Dentre as lajotas. É a prata dos ornamentos, desesperada para fugir, escapar deles e afastar-se da santidade. Ele se desprende, escorre, deixando as imagens nuas sem sua presença, deixando as obras de arte órfãs de seu brilho. Ele escorre pelos nossos pés e se esconde embaixo deles, apenas para brotar novamente, livre de qualquer impureza. Você decide, meu filho, se o recolhe ou o deixa onde está, mas cuidado com o propósito ao qual o submete.

Santa Chaga da Atrição: Marca deixada pela Face Dourada que revela a pureza da Atrição na alma do Penitente.
Detalhe: Credo Santo. Primeiro Versículo
“Sua Santidade, por conta de sua alta penitência, sofre na alma de três formas. Cada forma é um motivo e cada motivo é uma chaga. Suas três chagas são as chaves do seu sofrimento eterno, e devem ser guardadas.”

Santa Chaga da Contrição: Marca deixada pela Face Dourada que revela a pureza da Contrição na alma do Penitente.
Detalhe: Credo Santo. Segundo Versículo
"O Milagre criou as Faces Douradas do próprio fervor dos santos incorruptíveis, para torná-los eternos no Sonho proibido. Três rostos idênticos cobertos por ouro quente são os guardiões das três chagas na alma de Sua Santidade."

Santa Chaga da Compunção: Marca deixada pela Face Dourada que revela a pureza da Compunção na alma do Penitente.
Detalhe: Credo Santo. Terceiro Versículo
"A porta que leva até A Mãe abrirá se as três chagas forem reunidas. A Mãe racharia. Sua clausura seria quebrada e o proibido seria profanado."

Dedal de Ouro Vazio e Dedal de Ouro Cheio de Óleo Fervente: Dedal ornamentado com ouro com uma inscrição que diz: "Apenas o ouro frio pode carregar o Óleo Redentor." Detalhe: A jovem aldeã chamada Áurea tinha um rosto tão belo e piedoso que, desde pequena, os escultores de estátuas lhe tomavam como modelo para a criação de suas obras. Sua face se tornou tão conhecida que pouco a pouco as pessoas começaram a identificá-la como a imagem viva da divindade, chegando a tal ponto que passaram a levá-la nas procissões e substituir as próprias imagens. O fervor era tanto que ela não pôde mais suportar ser confundida com a divindade. Ela então queimou o próprio rosto com óleo fervente para entregar sua beleza piedosa a Deus e assumiu o hábito em um convento.

Fita Nupcial Rasgada: Esta fita macia e branca, utilizada durante os casamentos, foi rasgada, destruindo assim seus bordados delicados. Um dos três vestígios de uma cerimônia inacabada. As feridas causadas por um juramento quebrado dificilmente encontram cora.
Detalhe: “Sim, irmão, faz muito tempo desde que parei de oficiar casamentos. Desde o dia em que aquelas três irmãs se abraçaram rezando, desde que pediram ajuda ao próprio Milagre para evitar esse vínculo sagrado."

Véu Negro de Luto: Tecido negro que manteve a sedosidade apesar da passagem dos anos. Um dos três vestígios de uma cerimônia inacabada. As feridas causadas por um juramento quebrado dificilmente encontram cura.
Detalhe: "Ninguém sabe o que pediram naquela prece, ou por que não queriam ser casadas. O Milagre, com seus desígnios dolorosos, veio ao amparo das irmãs, se é que isso pode ser chamado de amparo.”

Moedas de Ouro Derretidas: Três moedas de ouro fundidas em uma massa distorcida que nunca perdeu o brilho.
Detalhe: "Eu estava lá, fui testemunha daquela... criação. Os cabelos das irmãs cresciam e se trançavam, envolvendo-as e emitindo um terrível barulho de tritura até que as cobriu completamente formando um ovo, de cabelo áspero e cheio de nós."

Ovo da Deformidade e Ovo Eclodido da Deformidade: Ovo peludo, nascido de uma aberração. Sua casca peluda esconde mistérios insondáveis de olhos curiosos. A crueldade de uma promessa quebrada deu forma à Altasgracias, e a Aflição transformou suas dores em carne.
Detalhe: Guardaremos nossas vozes neste ovo, nossas línguas que se retorcem para crescer e escapar. Nós de uma liberdade que nunca tivemos. Nosso pelo cobrirá este ovo com o frio até que o calor de brasas o faça eclodir.

Pano de Linho: Um trapo inútil que parece vibrar levemente em certas ocasiões, emitindo um zumbido ininteligível. A Aflição por vezes deixa sua marca em objetos de aparência mundana, incapazes de revelar o Milagre por baixo do manto de corrupção.
Detalhe: "Febril como estava, mal notou que alguém havia se sentado junto a ele. Uma mão gentil passava um pano branco em sua testa, um tecido extremamente suave que deixava passar a luz como se fosse uma folha de papel, secando o suor da febre e aliviando-o de tal maneira que não pôde evitar dormir. Quando o pano estava encharcado de suor, a freira se levantou e o entregou à Madre Superiora, dizendo: “Com isto poderemos ter sua confissão.”
Itens Chave parte III
Flores Secas Banhadas em Lágrimas: Pétalas de uma oliveira, vitrificadas pela geada. Lágrimas de verdadeira amargura impediram que o frio as murchasse completamente. Agora são uma oferenda nunca feita, perdida na neve antes de chegar ao sepulcro da santa.
Detalhe: Bem, me lembro daquilo com grande tristeza. Engracia era uma de nós, nascida em Albero como eu e você. Era sem dúvidas uma moça peculiar, pois todos os dias, após colher azeitonas, ela ficava nas montanhas enquanto o resto de nós ia embora. Alguns diziam que viam-na chorar, e então achamos que era por isso que ela ficava entre as oliveiras, para ficar sozinha com sua tristeza. Muitos anos de seca arrasaram com a terra naquela época, mas embora outros cultivos secassem e morressem, as oliveiras daquele monte continuaram a ser nossa melhor colheita, para surpresa de todos. Isso deu origem ao rumor de que as oliveiras eram regadas pelas lágrimas da garota. Om dia a encontramos morta, apoiada em uma das oliveiras, mas se morreu de tristeza nunca saberemos. Nós a enterramos em uma pequena cova, perto das oliveiras onde ela chorava. No dia seguinte, as oliveiras murcharam.

Cálice dos versos Invertidos: Taça de ferro oxidado, de aparência simples. Seu interior é gravado em prata desbotada, e apresenta fileiras de versos em espiral, que descendem até o Fundo. Essas rimas falam de bestas pagãs e frutos proibidos.
Detalhe: – Mas Pai, onde estão os ídolos, pinturas e estátuas que a Mãe recolheu e proibia? Se são inspiradas pela fé no nosso Milagre, não deveriam ter sido destruídas, pois isso seria um pecado grave. Eu não sei, meu filho, mas apostaria minha fé que aquelas galerias subterrâneas escondem mais do que apenas ar.

Mão Cortada: Uma mão decepada que segura com força um sino quebrado, e que às vezes agita-se em espasmos. A Aflição por vezes deixa sua marca em objetos de aparência mundana, incapazes de revelar o Milagre por baixo do manto de corrupção.
Detalhe: “...Quando se ouviu o espantoso tremor da terra, souberam que algo grave havia acontecido. Saíram em busca de seu mestre nas partes mais profundas da caverna, onde encontraram uma nuvem de poeira gigante que se estendia muito além de seus olhos, e embora gritassem o nome de seu mestre, não houve resposta. Passarem-se dias até que a novem se dispersasse e eles pudessem ver os efeitos terríveis do deslizamento. Sentiram-se desesperançados, mas de repente, entre as lágrimas, ouviram um barulho distante. Era o som de uma sineta entre as enormes rochas caídas. Começaram a seguir aquele som e a levantar pedras, até que encontraram o corpo esmagado e em decomposição de seu mestre. Mas sua mão permanecia milagrosamente intacta, e tinha uma pequena sineta amarrada ao dedo.”

Cordão do Sepultamento Genuíno: Cordão trançado do qual pende um medalhão de bronze desgastado com o emblema da Ordem do Sepultamento Genuíno.
Detalhe: "Quem quer que seja, eu dirijo minha exortação a ti que, renunciando tua vontade, abraças a obediência como a primeira chave da humildade."
"Apenas aqueles inteiros cruzarão para o outro lado do Sonho."
Essas palavras, pronunciadas pelo nosso primeiro mestre, serão nossa ilustre Lei. Nós, irmãos, com nosso propósito sagrado de recordação e sepultamento, nos dedicaremos com completa devoção a essa causa, sendo este nosso primeiro pensamento ao despertar, e nosso último antes de dormir.

Marca do Primeiro Refúgio: Sinal de proteção que libertou da dor aquele que o portava. As feridas apareciam na carne de sua senhora, que uma vez jurou sofrer no lugar de seus protegidos.
Detalhe: Socorro passou a infância em uma vila situada em uma rota por onde passavam prisioneiros da Igreja, condenados por seus crimes e pecados. Da janela de seu quarto, ela podia ver como os prisioneiros caminhavam em fila por uma colina para, quando chegassem ao topo, estivessem preparados para as punições e torturas físicas que receberiam até morrer.

Marca do Segundo Refúgio: Sinal de proteção que defendia seu portador de todo mal. A Senhora Piedosa do Eterno Suplício se trancou na grande catedral, os muros, apenas barreiras tênues, comparados à constante dor que nublava sua mente.
Detalhe: Ouvir os gritos distantes dos condenados durante o dia e a noite transformaram Socorro em uma pessoa tão misericordiosa que chegou a dedicar todo seu tempo de oração àqueles castigados. Rezava tanto para que fossem libertos da dor e do sofrimento que chegou a pedir ao Milagre para que a dor física que sentiam fosse passada para ela.

Marca do Terceiro Refúgio: Sinal de proteção que prevenia o sofrimento de seu portador. A Dama Penosa estava envolvida em mantos carmesim, um símbolo do seu vínculo com a carne dos seus protegidos.
Detalhe: Diz a lenda que as feridas de chicotadas, cortes e golpes causadas nos condenados começaram a aparecer no corpo de Socorro. Ela ainda rezava por eles apesar de toda dor que era transferida para ela, assim livrando-os de sofrimento. Tantos machucados e dor foram transferidos para ela que seu corpo começou a se deformar e cobrir-se de feridas e hematomas que sangravam, mas sem causar-lhe a morte. Seus gritos eram tão fortes que a notícia desse evento milagroso começou a se espalhar por todos os lugares.
Itens Chave parte IV
Máscara Gravada de Crescente: Artefato encontrado nas mãos de um arquidiácono em uma biblioteca empoeirada.
Detalhe: Confissões de Crescente
Os estragos da idade afetaram a mente daquele que um dia respeitei como um pai. Ele se deixou levar pelas fantasias e superstições do povoado, buscando o impossível com os olhos nublados entre os altares da Mãe. E Dolfos traiu a confiança de Sua Ilustríssima, refugiando-se nos picos gelados com seu grupo de empregados, usando a desculpa da introspecção para esconder preguiça e falta de fé. Apenas eu, o único capaz de ascender aos salões de mármore com uma resposta adequada, permaneço. Os volumes proibidos nessas prateleiras intermináveis não resistirão ao zelo da minha busca por muito mais tempo.

Máscara Deformada de Orestes: Artefato encontrado nas mãos de um arquidiácono em um mundo sonhado.
Detalhe: Confissão de Orestes
Minhas forças esgotam-se. Temo que a sagrada missão que Sua Ilustríssima me confiou esteja além das nossas habilidades. Os outros estão enganados: se a resposta fosse tão fácil de encontrar, eu não teria me aventurado neste lugar, extrapolando as fronteiras da carne. Meu tempo, limitado já como era, não foi suficiente para desvendar os mistérios insondáveis deste reino de sonho. Esta terra que minha ignorância e orgulho transformaram em minha tumba.
Levo comigo o consolo de que a máscara permanecerá comigo, iludindo assim mãos hereges, da mesma forma que as respostas que eu buscava iludiram meu escrutínio inútil.

Máscara Espelhada de Dolfos: Artefato encontrado nas mãos de um arquidiácono em uma torre isolada pela neve.
Detalhe: Confissões de Dolfos. Parte 1
Eles não entendem. A Graça não será encontrada em livros velhos e sonhos sombrios. A Graça está na própria pureza, no que podemos ver e tocar. Devo estudar a beleza do brilho e as curvas que refletem a verdade transformada. Devo estudar a arte dos ourives pois o Milagre controla suas mãos, criando ornamentos à Sua imagem e semelhança. Aqui nestes aposentos gelados, me deixarão só.

Chave do Inquisidor: Chave-mestra forjada em aço. O calor da espada carregada pelo Grande Inquisidor anunciou sua chegada mesmo através destes muros gelados.
Detalhe: Luzdivina se levantou debilmente da cadeira sob o olhar atento de todos os presentes e, dirigindo-se aos inquisidores, disse: "As aparições são uma verdade concedida pelo Nosso Senhor. Pois que outras razões existiriam por trás desse talento miraculoso? Meu pecado foi ignorar o mérito de um presente tão precioso."
O inquisidor sentado no centro da sala respondeu: "Que gesto poderia ser mais piedoso do que usar de sua graça em benefício da Igreja, Sábia e Sagrada?” Então ele se levantou do trono e, levantando uma bandeja lustrosa de prata com ornamentos preciosos, declarou: "Que seus olhos venturosos descansem aqui a partir de agora, e que uma capela sem janelas seja sua casa. Pois essa é a Palavra da Santa Madre Igreja."

Chave do Secular: Pequena chave simples. Os Iniciados visitavam apenas os presos considerados de menor periculosidade, levando comida na rara ocasião em que a vida do prisioneiro tinha que ser preservada.
Detalhe: “...Pegou uma pedra grande que estava próxima e golpeou a própria perna até que os ossos se quebrassem, livrando-se assim da corrente que o mantinha prisioneiro. Rastejando, deixou aquele lugar, mas a areia embaixo dos pés, como nos contou, absorveu a trilha de sangue que deixou para trás, e por isso seus captores não conseguiram encontrá-lo. Desde então, ele reza toda noite, entre lágrimas, junto a um monte de areia que guarda ao lado da cama...”

Chave do Escriba: Chave de ferro, bem preservada. Os Escribas presenciavam cada interrogatório, encarregados de registrar a confissão inevitável do torturado.
Detalhe: Pai, tire essas coisas que me prendem os braços e pernas... Pai, estão me matando... não adianta contar a eles o que fiz, porque querem ouvir aquilo que não fiz... Pai... Eles não estão procurando a verdade... Eles querem ouvir uma ofensa a ti da minha boca, Pai, que o Milagre me salve...

Sino Petrificado: Uma flor estranha que brota da própria pedra, como dívida por uma penitência incompleta. Seu caule se curva quando ninguém está olhando, apontando para a floresta da Linha Sagrada. As pétalas de pedra são sinais do Milagre Doloroso, avisos de que algo dormente precisa despertar.
Detalhe: Por que você me escolheu? Por que sinto você na minha carne, na minha pele, no meu sangue? Punição... diga pelo menos uma palavra, para que eu possa entender por que me mantém prisioneira entre o sono e a vigília. Que meu corpo se quebre por você. Que meus braços sejam seus. Que meus olhos despertem quando você chamar meu nome. Confine-me num quarto de pedra e deixe que a própria pedra seja a chave para me libertar.

Escapulário Incompleto: Metade de um escapulário, com uma efigie do Retorcido pendurada ao final de um cordão carmesim fino. E estas palavras, desgastadas pelo afago repetido de dedos zelosos, talhadas na madeira polida. "Mesmo a distância, estamos juntos, sempre. Esdras.".
Detalhe: "Finalmente, a batalha acabou, irmão. Não se preocupe com meus ferimentos... Quando meus olhos se fecharem, o Milagre me levará para junto do Pai. Pegue essa metade de meu escapulário. Lembre-se, se você reunir as duas metades, será porque assim eu desejei. Meu irmão, enxugue as suas lágrimas. Apesar da minha partida, minha voz estará sempre com você".
Itens Chave parte V
Chave Crescida em Madeira Retorcida: Chave pesada, crescida diretamente do tronco de uma árvore. Sua superfície é refinada como um entalhe impossível, com exceção de três nós chamativos que servem de dentes. Sua cabeça é banhada a ouro, o único sinal de consideração pelo Traidor que foi trancado nas profundezas de Cvstodia.
Detalhe: Num silêncio perturbado apenas pelo som de sua própria respiração, Diosdado notou uma chave de madeira singular. Depois de uma longa pausa, ele finalmente disse: "Não, não há outra chave como esta”. Em seguida, ele começou a andar, apoiando-se sobre o bastão de sua lamparina, olhando apreensivo ao redor e tentando encontrar algo que o ajudasse a se lembrar do local onde a estranha porta pudesse estar, e cuja fechadura aceitasse essa chave incomum. Ele percorreu longos corredores, apinhados de livros empoeirados, passou por estantes repletas de prateleiras de madeira decrépita, apodrecidas há muito tempo graças ao ar úmido, quando de repente ouviu algo rangendo: a chave de madeira nodosa estava se agitando na palma de sua mão e parecia estar se retorcendo mais e mais. Foi então que ele percebeu que havia encontrado a porta que estava procurando.

Chave dos Cumes Altos: Chave para transporte que leva ao convento isolado.
Detalhe: A chave deve ser de prata, mas não de qualquer tipo. Quero que seja da prata mais pura que houver. Tragam-me quando sua beleza for tão grande quanto sua função. A carroça será trancada e proibida, e seus cavalos dormirão até que eu ordene o contrário. Esse é meu comando, e meu comando é o comando de Sua Santidade.

Versos Fiados com Ouro: Fragmento de uma estrofe, bordada com fios de ouro sobre seda azul. Não pertence a qualquer canção conhecida. Os fios dourados se movimentam como se tivessem vida própria, percorrendo o tecido feito serpentes; mas os versos que eles formam são sempre os mesmos.
Detalhe (para cada Amanecida derrotada, uma versão desse item é obtida, e a descrição detalhada de cada um mostra um trecho de dois versos diferente da Oração Matinada do Guardião Sem Nome.

Olho Direito Decepado do Traidor: Um globo ocular de ouro maciço que adornava a foice de Isidora, a cantora dos mortos. Condenado a uma eternidade de escuridão enraizada, a face derretida do Traidor também teve os olhos roubados, pois ele havia visto demais. A senhora do ossário ficou encarregada de tomar conta dele, e os ossos que costumavam cantar com ela encontraram uma nova tumba nos cantos mais sombrios.
Detalhe: As crianças abriram as portas de suas casas e correram atrás dela gritando, "Isidora! Cante para nós, Isidora!” Mas, apesar de estar usando um de seus figurinos mais exuberantes, Isidora não cantou para elas naquela noite. Em vez disso, ela foi até o cemitério e parou diante da cripta que leva até o ossário abaixo da antiga Igreja de Albero. As crianças, intrigadas, ficaram em silêncio atrás dos portões de ferro. E foi então que ela começou a entoar versos que ninguém ouvira antes. Depois de pouco tempo, foi possível ouvir outra voz distante, acompanhando a melodia triste, vindo das profundezas da cripta e formando um dueto lindo, mas fúnebre. Então, a senhora ultrapassou o arco de pedra, fechando a porta atrás dela. Enquanto a voz dela se afastava e diminuía, outras vozes se juntaram à dela, como se um grande coral a estivesse esperando ao final dos degraus. Quando a música acabou e elas escutaram as últimas melodias surgirem debaixo do chão, as crianças foram embora com lágrimas nos olhos e o cemitério recuperou o silêncio habitual. A cantora nunca mais foi vista e, desde então, ela é lembrada como Isidora, a Senhora do Ossário e a voz dos mortos.

Olho Esquerdo Quebrado do Traidor: Globo ocular forjado em ouro, arrancado da órbita de uma fera das profundezas. O Traidor foi banido para este mundo, condenado a lembrar-se da verdade a qual ousou contemplar. Um dos olhos foi entregue ao oceano e nunca mais souberam dele, mas as águas que o engoliram tornaram-se o túmulo de qualquer embarcação que se aventurara a navegá-las.
Detalhe: Te amaldiçoo. Amaldiçoo a tua sombra, debaixo das águas negras, que se contorce amarrada em hieróglifos estranhos. Amaldiçoo as tuas escamas brancas que refletem a luz pálida de nossas luas. Amaldiçoo as joias que enfeitam teus pescoços sem forma. Amaldiçoo o Olho, teu olho dourado que clama aos homens e às tormentas para que morram aos teus pés.

Santa Chaga da Abnegação: Marca que a Face Exilada conferiu a Crisanta, numa tentativa de revelar-lhe a verdade e, finalmente, abrir seus olhos prateados. Mas as correntes pesadas forjadas pela Vontade Suprema os fecharam novamente. Permite que você trilhe o caminho além do Trono Virado, a fase final da peregrinação até uma terra de mantos e veludos que foram negados eternamente ao Pontífice Escribar.
Detalhe: Santo Credo. Verso Proibido
"Apenas a Quarta Chaga que, ao contrário de suas irmãs, faz a alma sofrer de tal forma que ultrapassa o arrependimento como ato e ultrapassa a culpa como estado perpétuo. Apenas a Quarta representa a dor mais profunda e proibida. A chaga mais real e vasta da alma perdida. As chagas do anoitecer."
Contas de Rosário parte I
Crânio de Pomba: Crânio de uma ave, perfurado como peça de um colar.
Detalhe: Naquela manhã, quando as fogueiras foram acesas e os condenados lançavam apelos horrendos aos inquisidores indiferentes, uma pomba branca desceu do céu e pousou no ombro de um prisioneiro, e lá ficou até queimar junto com ele.

Úvula da Proclamação. Detalhe: Decreto de Sua Santidade Escribar
“Será chamada de Legião Ungida”, disse Sua Santidade. “Sob a armadura, seus corpos serão cobertos com bandagens ungidas com óleos que eu mesmo abençoarei. Eles protegerão a Mãe de Todas as Mães como eu os protegerei.”

Bola Pequena, Média e Grande de Cera Azul: Pequena pedra de cera derretida, de um azul-celeste empoeirado. Os lamentos de zelotes torturados ainda reverberam em seu interior.
Detalhe (Igual a Bola Pequena de Cera Vermelha): "A abadia deixou de ser um lugar silencioso. Os gritos de dor vindos de cada cela atravessavam as paredes. O velho frade sabia que seria o próximo, então se levantou da cama onde estava encolhido e olhou os poucos objetos que tinha sobre a mesa, a maioria deles recordações de sua vida antes de entrar na Ordem. Ele queria ser beijado pelo Milagre durante aqueles pensamentos serenos. O que mais evocava lembranças eram pequenas bolas de cera, agora cobertas de poeira, que aumentavam conforme ele as utilizava para recolher a cera das velas durante as procissões."

Bola Pequena de Cera Vermelha: Pequena pedra de cera derretida, de um carmesim desbotado.
Detalhe (igual a Bola Pequena de Cera Azul): “A abadia deixou de ser um lugar silencioso. Os gritos de dor vindos de cada cela atravessavam as paredes. O velho frade sabia que seria o próximo, então se levantou da cama onde estava encolhido e olhou os poucos objetos que tinha sobre a mesa, a maioria deles recordações de sua vida antes de entrar na Ordem. Ele queria ser beijado pelo Milagre durante aqueles pensamentos serenos. O que mais evocava lembranças eram pequenas bolas de cera, agora cobertas de poeira, que aumentavam conforme ele as utilizava para recolher a cera das velas durante as procissões.”

Bola Média de Cera Vermelha: Esfera de cera carmesim acumulada. Ecos de orações antigas ressoam em seu âmago, e reforçam moderadamente a vitalidade do usuário.
Detalhe (igual a Bola Pequena de Cera Vermelha).

Bola Grande de Cera Vermelha: Grande acúmulo de cera de um carmesim brilhante. Orações ancestrais ecoam dentro dela e reforçam bastante a vitalidade do usuário.
Detalhe (igual a Bola Pequena de Cera Vermelha).

Proteção de Perpetua: Fita de tecido carmesim, cuidadosamente enrolada e ainda com o odor dos óleos antigos. Membros da Legião Ungida enrolavam seus corpos nessas fitas macias ungidas com óleos protetores, que contrastavam com suas armaduras pesadas.
Detalhe: "Você disse Esdras?”, falou o soldado, "Aquele louco não suportou a morte da irmã. Ele ainda fala com ela, como se ela estivesse ao lado dele. Às vezes, parece até que estão discutindo. Ele sumiu há algum tempo e nunca mais foi visto."

Quarto Dedo feito de Calcário: Dedo da estátua do Primeiro Peregrino Descalço. O quarto dedo leva a memória de seu parceiro, para não esquecer dias melhores.
Detalhe: Por fim, ele disse "Um verdadeiro peregrino ajoelhado sempre caminhará sozinho. É o caminho solitário que permitirá uma meditação constante e compreensão do que significa ser um peregrino na terra do Milagre. Pois essa é a nossa lei”. Então ele levantou e olhou para nós durante um tempo, permanecendo em silêncio. Depois ele saiu, e nunca mais o vimos.

Dedinho feito de Calcário: Dedo do pé da estátua do Primeiro Peregrino Descalço. O vestígio do dedinho afastou as pedras do caminho dele.
Detalhe: O Mestre nos reuniu, como em todas as manhãs, e disse: "Um verdadeiro peregrino ajoelhado nunca deve desviar os olhos do chão enquanto anda. Pois essa é a nossa lei.”

Dedão feito de Calcário: Dedo da estátua do Primeiro Peregrino Descalço. Esse dedão forte deixou sua marca nas trilhas secretas.
Detalhe: E ele continuou dizendo: "Um verdadeiro peregrino ajoelhado sempre terá as mãos atadas nas costas durante suas viagens, pois seus pés são a única coisa com a qual ele deve se importar. Pois essa é a nossa lei.”

Conta de Madeira Pintada: Esfera coberta por verniz amarelo. A tintura lascada trai sua origem: azinheira da Floresta da Linha Sagrada.
Detalhe: Chamamos essa rota de peregrinação de O Caminho. Nossas carroças sempre passaram por aqui, e os rastros se tornaram tão profundos que até desenterraram a areia de calcário oculta sob o solo espesso da floresta. Se alguém pudesse ver isso do alto, pareceria uma longa linha ocre cruzando a mata.

Fogo Envolto em Esmalte: Medalha brilhante que contém uma chama selvagem do branco mais puro. Joias como essa costumavam ser penduradas no mastro principal para capturar as luzes claras que apareciam no alto-mar. Detalhe: Um fogo lívido surgia do topo do mastro, uma língua de fogo, às vezes branca, às vezes azul, dançando loucamente, sem dar qualquer sinal de enfraquecimento apesar da terrível tempestade que caía sobre nós. Era o dedo do Pai, apontando lá de cima para o nosso barco. A luz furiosa abriu um caminho pela noite e nos guiou pela tempestade.
Contas de Rosário parte II
Fogo Envolto em Esmalte: Medalha brilhante que contém uma chama selvagem do branco mais puro. Joias como essa costumavam ser penduradas no mastro principal para capturar as luzes claras que apareciam no alto-mar.
Detalhe: Um fogo lívido surgia do topo do mastro, uma língua de fogo, às vezes branca, às vezes azul, dançando loucamente, sem dar qualquer sinal de enfraquecimento apesar da terrível tempestade que caía sobre nós. Era o dedo do Pai, apontando lá de cima para o nosso barco. A luz furiosa abriu um caminho pela noite e nos guiou pela tempestade.

Escama de Alabastro Polido: Fragmento de uma escama verdadeira, dura como pedra. Sua brancura é tão pura que brilha intensamente sob a mais fraca das luzes, principalmente quando o perigo se aproxima de seu portador.
Detalhe: "Capitão, acreditamos que estamos no meio desta névoa negra há cinco dias. Nada se mexe, nada vive, nada respira aqui. Só há ecos e sombras. Nem mesmo o barco range ou balança nestas águas negras e oleosas. Também não há nenhum sinal da Serpente. Sentimos como se estivéssemos afundando lentamente, pois parece que o reflexo de nossos rostos cansados e definhados na superfície da água se aproxima mais a cada momento. Sem dúvida, este será o nosso túmulo, não há como voltar. Rezamos para que esta mensagem na garrafa chegue até você. Foi uma honra servi-lo.
Que o mar tenha piedade de nós."

Conta Imaculada: Conta simples, sem propósito algum. Soa superfície pristina nunca foi maculada por dedos fervorosos.
Detalhe: "Tenho algo para você, e apenas para você...” revelou a cigana ao monge que acabara de parar seu burro, enquanto ela mostrava uma pedra branca de estranha beleza. "Vem da escuridão do fundo do mar. Contemple a pureza dela, veja a cor branca imaculada, o brilho virgem... O que poderia ser mais puro que isso para o seu rosário, irmão?”

Conta Marcada pela Culpa: Conta que absorveu a Culpa de seu portador. É difícil perceber a mácula escura que se retorce em seu interior, mas o frio que emana ao tocá-la não deixa espaço para dúvidas. Levá-la em seu rosário evita a acumulação de culpa no mundo, ao menos enquanto a conta no mundo, ao menos enquanto a conta conserva parte de sua pureza.
Detalhe (igual a versão Conta Imaculada).

Conta Manchada pela Culpa: Conta que absorveu a Culpa de seu portador em várias ocasiões. Em seu núcleo gira uma espiral negra, agitando-se em explosões de fúria. Levá-la em seu rosário evita a acumulação de culpa no mundo, ao menos enquanto a conta no mundo, ao menos enquanto a conta conserva parte de sua pureza.
Detalhe (igual a versão Conta Imaculada).

Peso da Verdadeira Culpa: Conta completamente impura que absorveu os pecados de seu portador até se preencher completamente. Contém uma tormenta de Culpa e reverbera com os ecos de erros passados. As estátuas dos Confessores costumavam carregar contas como essa, colhendo Culpa dos paroquianos arrependidos.
Detalhe (igual a versão Conta Imaculada).

Brasa da Cremação Sagrada: Brasa cristalizada por um ritual há muito tempo esquecido. Ela mantém um pouco do calor de uma fogueira acesa em uma terra diferente.
Detalhe: E assim a Marcha tocou, enquanto um pequeno grupo de paroquianos caminhou em procissão até o cemitério. A oração foi entoada repetidamente por todo o caminho, transformando as vozes em um sussurro hipnótico, murmurante e descompassado. Ha chegada ao local do enterro, tudo ficou em silêncio. Quando o solo caía frio sobre o caixão a cada pazada dos coveiros, uma garota encapuzada, que alguns diziam ser a filha do falecido, jogou uma brasa quente que brilhou até chegar ao fundo da cova. A terra cobriu todo o buraco, mas para a surpresa geral, ainda era possível ver a brasa, brilhando sob o solo congelado.

Olho Calcificado da Erudição: Globo ocular do escriba Alavaroz, que vislumbrou a verdade oculta a tantos outros olhos.
Detalhe: Seu corpo foi imobilizado e, em meio a gritos de arrependimento, sua pele começou a se tornar mais branca e mais branca até que finalmente se tornou calcário. Quando ele estava prestes a se tornar uma estátua por completo, em um suspiro final suas lágrimas suavizaram um de seus olhos que, através dele, ele conseguiu se separar do resto do corpo, caindo ao chão. Então nós discretamente movemos seu rígido corpo de calcário de sua cela para as partes mais baixas da arquicatedral, junto com as outras estátuas proibidas. Nós colocamos um grande tear sobre ela para que ninguém mais soubesse que sob ele iria dormir, castigado pelo milagre, O Grande Escriba.
Contas de Rosário parte III
Conta de Fio Dourado: Uma bola feita de ouro líquido, fiada em fibras delicadas. Viscosas ao toque, esses fios milagrosos são muito cobiçados por alquimistas e estudiosos.
Detalhe: Um milagre ocorreu na minha frente. Encontrei-a caída no chão, com o rosto pálido, como se estivesse morta, mas relaxada e em paz. Ao lado dela havia os corpos de quatro mulheres cobertas de ouro, brilhando e iluminando o quarto, como se houvesse um fogo interno. Da minha posição, eu podia ouvir o batimento dos cinco corações; eles ecoavam pelo recinto, soando lentamente em uníssono. Havia fios dourados aos meus pés e pelo quarto todo; parece que eles estavam presos aos corpos dourados. Peguei parte desse fio e fiz uma bola. Com essa prova, todos acreditariam em mim.

Sino Calado: Sineta de lata, agora vazia. Estranhamente, parece tilintar um pouco na presença de energias estranhas.
Detalhe: Quando entrou naquela sala cheia de quadros e estátuas, se surpreendeu ao encontrar, embaixo de um lençol sujo, a figura de um homem feita de mármore, que parecia lhe oferecer algo. Algo brilhante em suas mãos frias de pedra despertou sua curiosidade: uma fruta sem forma, do tamanho de uma maçã, com um brilho prateado e uma aparência deliciosa. Faminto como estava, a pegou, mas quando tentou mordê-la teve que conter um grito de dor, pois a fruta era feita de metal. Confuso, ele agarrou uma pedra próxima e golpeou a fruta com toda a força, abrindo uma pequena rachadura, da qual emanava um líquido avermelhado e denso. Sem pensar duas vezes, ele bebeu do líquido, que era salgado como sangue.

Pedaço de uma Lápide: Pedaço de uma tábua de cerâmica, estranhamente encontrado em picos nevados. As pessoas da vila raramente deixavam suas terras áridas para encarar o frio das montanhas, mas sem dúvida essa lápide pertenceu a alguém de Albero.
Detalhe: Dizem que o cemitério de Albero é ainda mais antigo do que a própria Albero. Ele foi construído até mesmo antes da igreja. Era um cemitério isolado de tudo que havia nessa terra árida e ocre, considerada profana. Não demorou muito para a igreja descobrir isso e desenterrar todos os túmulos, espalhando os restos pelos campos. Foi quando a irmandade do Sepulcro Genuíno foi fundada, ficando responsável pela coleta dos restos mortais, propiciando um segundo sepultamento. Desde então, guardei este pedaço de lápide de argila.

Pedaço de uma Máscara Dourada: Pedaço de ouro em relevo, parte de uma máscara quebrada há muitos anos. As freiras do Convento de Nossa Senhora da Face Chamuscada juraram nunca deixar o mundo ver suas faces queimadas, e a convicção de suas antigas usuárias impregnou o metal.
Detalhe: Os anos se passaram, e ela começou a mostrar sinais naturais de envelhecimento, como suas companheiras, com exceção da queimadura, que permaneceu como no momento em que o óleo fervente espirrou. A ferida ainda fumegava, queimava e fedia. Isso foi considerado um milagre, e ela foi canonizada ainda em vida pela Igreja; ela ficou conhecida como Nossa Senhora da Face Chamuscada. Uma ordem foi fundada em nome dela, na qual todas as freiras atuais, além daquelas que quisessem assumir o hábito, tinham que queimar o próprio rosto da mesma forma que Áurea. Ela usa uma máscara dourada sob a qual esconde a gaze que alivia a dor eterna causada pelas queimaduras.

Safira Enclausurada: Esfera de cristal que aprisiona um coração de safira. A gema cintila com a luz de outras terras, enchendo a esfera com uma luz tempestuosa.
Detalhe: Todas que desejaram se isolar, todas que, por livre e espontânea vontade, se enclausuraram como modo de vida escolhido, terão as bençãos do Milagre. Ninguém pode servir a dois mestres: ou você serve ao Milagre, ou você serve ao mundo. Quando estiver neste claustro, lembre-se dessas palavras, irmã.

Azeitona Congelada: Fruto estival preso em um inverno eterno. Nascido de uma oliveira transformada em prisão.
Detalhe: Enquanto Gémino percorria o caminho das Oliveiras Congeladas com o restante dos condenados, rumo às terríveis estátuas de metal ocas, onde aqueles que esperam morreriam abandonados, ele pisou descalço em uma azeitona que não havia desaparecido sob a neve. Sem chamar atenção, ele a recolheu e a esmagou nas mãos, sabendo que seria a última coisa que apreciaria.

Efigie de Pelicano: Conta de cobre forjado, coberta por uma pátina espessa de água-marinha. O pelicano alimentava os filhos com seu sangue.
Detalhe: Que o nosso peito cheio de cortes sangre. Pois quando se derramar vermelho, os famintos serão alimentados. Que sangre. Pois quando se derramar sobre esta terra de defuntos, esta será bendita aos olhos do Milagre, e aqueles que aqui descansam viverão do outro lado do Sonho, no Caminho das Procissões Eternas. Que sangre.

Pérola Oca: Esfera manchada e vazia. Não há mais traços de nácar, mas ela retém um pouco do resplendor azulado.
Detalhe: “Tomou posse dele, irmão, o Milagre está dentro destas paredes", disse o frade, assustado. "Pegue aquele pedaço de madeira e me ajude a bloquear a cela dele", respondeu o outro frade, mais jovem. E, enquanto ambos partiam lentamente, ouvindo os gritos e batidas do outro lado da enorme porta de madeira, um pequeno objeto redondo rolou por debaixo dela.”
Contas de Rosário parte IV
Musgo Preservado no Vidro: Pote cheio de musgo. As florezinhas brancas que cintilam dentro concedem alguma proteção contra toxinas.
Detalhe: O ar cinzento nos intoxicou. Mal podíamos respirar e permanecemos trancados na paróquia, colocando panos úmidos nas portas e janelas. Estávamos ficando sufocados. Então, numa noite fatídica, houve uma batida na porta. Eu podia ver uma mulher que, sem qualquer palavra, colocara no chão um tecido com nacos de musgo nacarado. Olhei para ela, descrente, enquanto ela aparentemente passava o musgo em suas narinas. Depois, a mulher se virou e foi embora. Esperançoso, contei o que eu havia presenciado aos irmãos e decidimos espalhar a substância nas nossas narinas, como ela havia feito. Não demorou muito até conseguirmos respirar normalmente e aguardamos sem medo até que o céu cinzento e pesado recuperasse sua cor azul.

Trança de Cabelo: Trança de cabelo amarrada com a força de três laços quebrados. Um nó forte permite que seja usada como Conta de Rosário.
Detalhe: Todos que estiveram presentes no vínculo sagrado se ajoelharam perante o fruto do Milagre, transformando-o em um objeto de adoração a partir daquele momento. Construímos um altar digno dessa santidade e o colocamos lá. Logo depois, numa noite sombria, os padres que dormiam na igreja ouviram um grunhido alto, um grito formado por três vozes, mas uma só voz ao mesmo tempo. Quando chegamos lá, o ovo havia sumido. Desde então, venho procurando por ele, visitando todos os locais possíveis e falando com toda alma.

Símbolo de Apreço: Apenas uma esfera comum, conferida como agradecimento pela caridade recebida.
Detalhe: Enfim, a igreja vai abrir depois de tanto tempo. Em breve, o silêncio permanente deste lugar acabará. Uma nova luz entrará pelo portão, e o pó subirá dos velhos ladrilhos e da madeira úmida dos bancos. Tudo precisa estar perfeito. Tudo no lugar e pronto para o uso. Sou filho da missa. Esse é o meu chamado.

Símbolo Espinhento: Espinhos trançados com grande paciência por mãos calejadas, criando um símbolo de proteção. Só uma convicção inabalável poderia suscitar a criação de um item assim, e esses sentimentos permeiam sua superfície espinhosa.
Detalhe: Ainda estou dentro da criatura. Posso ouvir o rugido dela lá fora, posso ouvir o ritmo estrondoso de seu coração. Eu só queria dormir, mas vi o Milagre em meus sonhos. Ele falou comigo. É por isso que deito nos braços abertos da Senhora. Mas o Milagre apareceu para mim novamente. Era cada vez mais tangível. Então eu despertei, mas não era mais o mesmo. Eu era um prisioneiro dentro de um corpo enraizado. Um corpo imerso em raiva constante. Em dor constante. Estou desperto em um corpo adormecido.

Ametista Consagrada: Uma gema da qual exala um aroma forte de incenso. Na Mãe de Todas as Mães, os incensários ornamentados eram preenchidos com gemas preciosas e contas, consagrando-os com seus vapores. A ametista veio do maior de todos.
Detalhe: Tire todas as joias, todas as pedras preciosas, todo o ouro a partir desses baús para santificá-lo, por hoje vamos vestir o santo e levantar seu corpo para o mais alto.

Olho de Âmbar: Conta cuidadosamente entalhada na Forma de um globo ocular que parece brilhar no escuro. Uma árvore sagrada foi atingida por um raio, mas não sofreu dano algum. Sua resina não permitiu que o relâmpago escapasse, e ele agora permanece no interior do âmbar.
Detalhe: Essa foi a primeira árvore congelada, a primeira à qual nos ajoelhamos para rezar, a primeira na qual se podia ver uma face, piedosa e desolada, entre as deformidades do seu pálido tronco congelado. Um dia ela chorou pelas concavidades que davam forma aos seus olhos. Chorou seiva, tão dourada, tão brilhante... O Olho de Âmbar.

A Roda do Jovem Maçom: Restos de um carrinho de madeira em miniatura, usado por um aprendiz que foi separado de seu mestre em um acidente terrível. A pedra e o cimento que o envolviam abafaram suas súplicas, preservando os gritos por socorro em um eco monstruoso que agora permeia estas paredes com claridade. Este amuleto está impregnado com o desejo do pobre jovem de libertação.
Detalhe: "Pai, as paredes não se movem. A biblioteca não deseja que sua sabedoria escape deste recinto. Os corredores enganam e confinam todos que entram em busca dos livros proibidos e segredos antigos. Seus guardiões, os monges silenciosos que perambulam entre as estantes, sabem disso e são, eles mesmos, prisioneiros desse poder. Aqui, permaneceremos eternamente com uma sede por conhecimento que jamais será saciada. Espero que um dia você leia estas palavras e não se culpe por minha morte. As palavras escritas assim desejavam.”

Gota de Tinta Coagulada: Cada vacilo do escriba era uma nova mancha em seu scriptorium. As palavras não escritas, censuradas antes que nascessem no papel, também eram poderosas.
Detalhe: O escriba levantou o olhar, pois ele havia deixado de escrever havia tempo.

Coroa do Ferro Mordido: Anel de compromisso forjado em ferro e enegrecido depois de ser lançado inúmeras vezes nas chamas. Os dentes de três mandíbulas lhe deram graciosamente a forma de uma coroa em miniatura. A combinação de despeito e desejo é a fonte de seu poder.
Detalhe: Às vezes, quando rezo cercado pelas paredes sagradas repletas de paz, sinto a presença da Senhora da Espada Enfaixada. Às vezes, ouço-a respirar por trás do elmo dourado que tampa seus olhos, enquanto ela espera em silêncio, cercada pela escuridão. Às vezes, ouço-a murmurar algo que soa como orações eternas. Ainda assim, nunca a vi entrar ou sair deste lugar. O que, ou quem, será que ela está esperando?

Ova Prateada: Uma fruta morta convertida em conta, numa exibição de vaidade clerical.
Detalhe: Confissões de Dolfos. Parte 2
Preciso derreter mais contas, o máximo que eu conseguir. Preciso da prata, preciso de suas curvas florais adornadas. A virtude da prata enfeitará meus pulmões por dentro e por fora, e quando eu respirar, a pura graça do Milagre penetrará. Isso embelezará meu estômago por dentro e por fora, e quanto eu comer, serei nutrido pela pura graça do Milagre. Meus olhos serão ornamentados por dentro e por fora, e quando eu olhar, verei o próprio Milagre.
Contas de Rosário parte V
Nó de Vime: Conta trançada em um movimento espiral, coberta por uma camada leve de verniz que a protegeu contra o desgaste dos anos. As mãos de uma mãe trabalharam nesses fios e os abençoaram.
Detalhe: Antes de ser levada à fogueira, os inquisidores tiraram o bebê dos braços dela, e ela gritou, implorando para a criança não presenciar sua morte no fogo. O garoto, que a olhava de longe, afogado em lágrimas, foi vendado: a venda ficou imediatamente úmida. Pessoas cercaram a fogueira para assistir à execução. Elas gritavam e a chamavam de bruxa e herege. Quando as chamas começaram a encostar na pilha de lenha, ela pediu a uma alma caridosa que construísse uma réplica dela de tamanho exato em vime, e colocasse a criança nos braços dessa imagem para que o bebê não sentisse soa falta. E assim foi feito. Após a construção da réplica, eles colocaram a criança aos gritos nos braços dela e o órfão parou imediatamente de chorar. O Milagre havia sido piedoso mais uma vez.

Moeda Escamosa: Disco de ouro inquietante, coberto pela pele seca de um réptil. O baixo-relevo de uma garra era considerado um símbolo de ganância.
Detalhe: Observe essa página e seus desenhos... Um cavalo lendo as escrituras sagradas, macacos vestidos como bispos e um réptil sendo adorado pela multidão. Está ouvindo esses sussurros? São os irmãos que nos advertem do perigo dessas páginas. Devemos deixar esse livro no lugar.

Conta Queimada de Quirce: Pequena esfera criada com os restos de ama fogueira acesa injustamente. Ela queima com as brasas daquelas chamas, que não conseguiram tocar na pele de Quirce.
Detalhe: Lenda de Quirce.
As chamas horrendas consumiram o corpo de Quirce enquanto ele gritava com uma dor insuportável. Mas não eram chamas comuns: eram as chamas do Milagre. As chamas o transformaram em cinzas e, perante os olhos dos inquisidores, as chamas o trouxeram de volta, repetidamente, em uma tortura inigualável. Queimando vezes sem fim. Gritando repetidamente. Quirce, o filho das fogueiras, havia conhecido a própria penitência.

Esfera da Fumaça Sagrada: Uma pérola pequena e transparente, com um mecanismo de fechamento quase impossível de ver. Tradicionalmente, ela era preenchida com os vapores dos grandes incensários, na Mãe de Todas as Mães. No entanto, há algo diferente nessa conta.
Detalhe: “...Após todos partirem, ela se aproximou da fogueira, que ainda fumegava com os restos chamuscados da herege. Com um gesto ligeiro de seus dedos, ela acionou uma trava imperceptível que abriu a minúscula pérola em duas e, após passá-la pela fumaça cinza, a fechou novamente, confiando que isso preservaria a fumaça para sempre..."

Concha da Espiral Invertida: Concha com curvas impossíveis, encontrada na areia. Sua forma captura os ecos de uma canção dolorosa, que aumentam de intensidade com o os ecos de uma canção dolorosa, que aumentam de intensidade com o sofrimento do portador.
Detalhe: Aquela concha era valiosa para ela. Ela contava que a espiral da concha era invertida, e que, por isso, quando a colocava próxima ao ouvido, ela podia ouvir o som das ondas se afastando. Seus pais, diante do que parecia uma confissão de insanidade, e por medo que houvesse algo de bruxaria naquele objeto amaldiçoado, a tomaram e atiraram do penhasco. Ela, apesar de seus esforços, nunca conseguiu encontrar aquela concha.

Brasas de uma estrela partida: Mineral estranho, encontrado em uma Fenda profunda por um mineiro esquecido. O pobre coitado enlouqueceu com o labirinto de suas facetas, que esquecido. O pobre coitado enlouqueceu com o labirinto de suas facetas, que refletem uma luz inexistente.
Detalhe: Eu a encontrei! É a luz da estrela! Era verdade o que diziam. Algo brilhava em sua escuridão gelada. A luz da estrela nos chamava... queria sair... queria voltar aos céus, mas não poderá, pois agora é minha...

Luz da Senhora da Lamparina: Amuleto de ferro, forjado na forma de uma lamparina, enferrujado pela umidade e pelo salitre. Os marinheiros o usavam para que a Senhora da Lamparina pudesse encontrá-los caso caíssem no mar. Ainda está impregnado com as orações ardentes do último dono. Teve pouca utilidade para o pobre rufião, pois qualquer defesa é inútil contra o poder do mar, e a Senhora da Lamparina não dá importância a superstições.
Detalhe: "Poucos de nós sobreviveram à tempestade. À noite, as águas eram negras, congelantes e inertes. Tentamos nadar para ficarmos aquecidos e, com um pouco de sorte, encontrar alguma madeira à deriva para nos apoiarmos e descansarmos. Tentamos nos encontrar, mas nossos gritos eram abafados em ecos bizarros, impossibilitando a distinção de sua origem. Quando os lamentos começaram a cessar, percebemos que a escuridão gelada seria o nosso túmulo. Mas, naquele momento, da névoa tenebrosa surgiu uma luz branca, uma luz que se dirija a nós. Então, um por um, uma jovem com uma lamparina em um barco nos salvou do destino insípido. Assim que nos levou à terra firme, partiu sem dizer uma palavra. Nunca soubemos o nome dela, mas uma coisa é certa, jamais a esqueceremos. E que eu caia morto se tudo o que contei não for verdade!”

Rubi Enclausurado: Esfera de cristal que aprisiona um coração de rubi. A gema cintila com a luz de outras terras, enchendo a esfera com uma luz tempestuosa.
Detalhe: O mesmo vale para tudo o que é precioso e de valor. Se você guardar algo precioso, para protegê-lo da cobiça de outros olhos, reservando-o apenas ao Pai, esse tesouro receberá a benção suprema. Cobriremos o esplendor dessa pedra para que ninguém saiba de sua existência.

Coração Carmesim de um Miúra: Artefato estranho supostamente encontrado dentro do cadáver do touro mais feroz. Também chamado de Ovo do Soberano, o aspecto retorcido de sua superfície agita-se sob o sofrimento de quem o usa. Seus olhos enevoados parecem refletir um eclipse de um sol estranho e invisível. Uma marca permanente de uma obra-prima que transcende toda e qualquer fronteira.
Detalhe: Agradeço por tudo, mestre.
Corações de Mea Culpa
Coração da Dor Virtuosa: As Obras e Graças do Milagre Doloroso. Segundo Versículo.
O vento soprou forte por entre as rachaduras feitas pela Grande Árvore na catedral, levantou o pó e criou nuvens cinzentas e densas, escondendo toda a Igreja Matriz e a afogando em uma profunda escuridão plúmbea. O chão começou a tremer. Então, um lamento terrível foi ouvido das profundezas da montanha de pó. E a esse lamento, muitos outros se juntaram. Gritos guturais, rugidos de animais, monstros e um que foi ouvido mais do que todos: o grito de um velho, que ressoava um som grave, como se tivesse saído da garganta de um gigante.

Coração do Santo Expurgo: A Lenda de Mea Culpa, a Espada da Culpa.
Dizem que essa estátua de pedra coberta por pétalas já foi uma jovem mulher que, atormentada por um sentimento profundo de culpa, golpeou o próprio peito com a imagem de Nosso Pai, clamando por punição. O Milagre se manifestou na figura do Pai, fazendo surgir dela uma grande e longa espada, que perfurou seu coração culpado e transformou o corpo em pedra. Essa espada foi chamada de Mea Culpa em alusão às últimas palavras da jovem mulher.

Coração de Incenso Azul-celeste: As Obras e Graças do Milagre Doloroso. Terceiro Versículo.
Todos que foram tragados pelas cinzas emergiram, em grandes hordas, as Hordas do Milagre, os Castigados. Com apenas fé em suas mentes e raiva em suas entranhas. Dispostos a castigar todos aqueles que haviam escapado desse destino santo, da própria vontade do Milagre.

Coração de Sangue Salitrado: Não demorou para ser beatificado. O Milagre concedeu um presente àquele pároco humilde e seu confessor: as visões de todos os pecados, futuros e passados, de pensamento e de ato, de todos que se aproximavam dele. Ele não precisava ouvir a confissão, pois já sabia de tudo. Ele sabia da penitência, sabia da sinceridade do arrependimento. Não havia mais intimidade entre pecados e pecadores, e todos estávamos nus diante dele, e do Milagre. Tal graça veio a ser temida. Ele pedia que cobríssemos a cabeça com um pano grosso de aniagem, para tentar parar suas visões constantes de pecado, e nos implorou para levá-lo para longe, muito longe...

Coração do Trovador Sem Nome: "Cante para mim, trovador, e permita que sua canção alivie minha dor.” Aquelas eram as palavras escritas na lápide. Ali jazia aquele que rezava cantando, criador de versos que um dia chegaram a corações equivocados. E ainda que não ouçamos mais sua voz e ninguém chame seu nome, seu canto para sempre permanecerá em nós.

Coração dos Óleos: Este Coração está ungido com óleos que inflamam a alma.
Detalhe: "Pai, como sempre ocorre após a procissão, o chão estava cheio de pocas de sangue dos nossos penitentes, que se ferem a cada passo doloroso. Mas enquanto eu rezava na janela, observando o reflexo da noite naquela santa linha vermelha, uma figura encapuzada começou a recolher parte do sangue em um recipiente de metal brilhante." "Essa pessoa de que falas, meu filho, deve ser a cigana errante, a vendedora que chamam de Candelária: para alguns sábia, para outros bruxa."

Coração Fundido de Sangue Fervente: Núcleo de espada, seco e poroso ao toque.
Detalhe: O mestre ourives, sem deixar de gravar a prata, perguntou casualmente: "Se me permite a curiosidade, de quem é o sangue bendito que será perpetuado neste broche?" O sacerdote respondeu: "De alguém que vai morrer logo, traído pelos seus, e condenado pelas autoridades que obedecia." O mestre parou e levantou o olhar: "Trata-se do senhor, não?"

Coração de Única Nota: Núcleo de espada, que reverbera com um timbre insondável. Faz o fio vibrar.
Detalhe: Observe-os. Observe como sobem pelas cinzas ardentes. Observe como se arrastam como bestas famintas. As cinzas os engolem um por um, insaciáveis. Tal é a fé que o Milagre lhes provoca, fazendo-os tentar subir até o Trono Virado, prometendo uma comunhão que acontecerá, mas não da maneira que esperam. Logo, quando todos forem engolidos, eles renascerão, cheios de uma fé que nem eu nem você jamais compreenderemos.

Coração Brilhante do Alvorecer: A Essência de Laudes, tecida em ouro maciço. Brilha com a paixão incandescente que deu vida às quatro Amanecidas séculos atrás.
Detalhe: Só de pensar em você, meu corpo se cansa; sua imagem enche meus olhos de lágrimas. O que provoca em mim, bendito desconhecido? É o seu sacrifício que guia todo o amor que eu declaro a ti. Meu pecado é amar, amar a santidade, o sagrado que reside em você e o que você representa, que, por sua vez, é abençoado e proibido. Esse amor pesa cada vez mais dentro de mim, e pede para sair da prisão do meu peito. Não posso mais contê-lo, pois ele tem vontade própria. Que minha pele se abra. Que minha paixão dourada apareça e fique disponível para ti.

Coração Apodíctico da Mea Culpa: O verdadeiro núcleo do gume culpado, sequestrado antes do próprio nascimento da espada. Transforma a Ferramenta em uma arma que pode desafiar as intenções dos poderes que a criaram, completando para sempre a lâmina.
Detalhe: Foram quatro os maiores devotos do Pai. Quatro testemunharam o primeiro milagre. Quatro rezaram perante o jovem que se contorcia cada vez mais à medida que suas juntas se enraizavam na imensa árvore. Quatro ouviram as três palavras proferidas pelo Pai logo antes de seu último suspiro. Quatro admiraram como a árvore nodosa, a partir da qual escorria ouro líquido, crescia. Quatro testemunharam o primeiro Milagre, mas apenas um podia ver o próprio Milagre. Ele viu sua forma, destino e origem: a trindade divina, a Vontade Suprema.
Relíquias
Sangue perpetuado na Areia: Sangue preservado com propriedades milagrosas.
Detalhe: "Pegue este saco e encha-o de areia. Agora banhe-o com o sangue que jorra dessas feridas horríveis, para que fique com um tom carmesim. Com isso, você mostrará o caminho por estas terras áridas àqueles que ainda o seguirão. Agora, me deixe. Quero fazer minha prece, pois logo estarei junto da seiva seca dessas raízes, que abraçam dolorosamente nosso Pai..."

Pulmão Prateado de Dolfos: Órgão preservado em prata brilhante, bastante filigranado. O Cardeal Dolfos derreteu suas colheres em um pote, tentando escapar dos invejosos com a mistura argêntea.
Detalhe: Confissões de Dolfos. Parte 3
Qual é a utilidade das becas. De que adianta o ouro dos anéis. Apenas a pureza da prata que já foi adornada possui a graça do Milagre. A prata não deve ser vista, ela não deve ser usada do lado de fora do corpo, mas do lado de dentro: deixe-a adornar a carne, deixe-a adornar a pele.

Três Línguas Nodosas: Unidas por um juramento quebrado, essas línguas falam palavras que só os alicerces de Cvstodia conseguem ouvir.
Detalhe: Estas são as três línguas oriundas da monstruosidade. Três línguas que representam três vozes. Três lamentos em harmonia. As línguas estão amarradas como uma. As raízes crescem e se retorcem na presença delas, assim como os cabelos do que antes foram três irmãs.

Sudário dos Sonhos Pecaminosos: Tecido amarelado, testemunha de confissões febris. Ainda tremula frente às almas torturadas, permitindo que a pessoa escute aqueles que não podem mais falar.
Detalhe (o mesmo de sua versão Pano de Linho): Febril como estava, mal notou que alguém havia se sentado junto a ele. Uma mão gentil passava um pano branco em sua testa, um tecido extremamente suave que deixava passar a luz como se fosse uma folha de papel, secando o suor da febre e aliviando-o de tal maneira que não pôde evitar dormir. Quando o pano estava encharcado de suor, a freira se levantou e o entregou à Madre Superiora, dizendo: "Com isto poderemos ter sua confissão.”

Unha Escavada da Lama: Restos intactos do Grande Peregrino, Fundador da ordem e o conforto de seus seguidores. Os pés dele nunca tiveram descanso, sempre o levando adiante em sua caminhada misteriosa por Cvstodia.
Detalhe: “...mesmo ao ser enterrado vivo entre espasmos de dor, após ser torturado cruelmente em frente de seus seguidores, que choraram em silêncio. A unha, quase invisível entre toda a terra removida, foi recolhida pelo último seguidor, que lamentava um evento tão horrendo, quando todos já haviam partido, e cujo nome é desconhecido. Ele a envolveu em um pedaço de pano de suas próprias roupas e, naquela mesma noite, foi até a igreja cuja congregação havia denunciado Nicanor como herege, escondeu a unha nos tijolos e partiu..."

Pano de Fios Dourados: Produto de uma roda de fiar que só funcionava em noites de lua cheia, este pano fino era trançado para imortalizar seus descendentes. Concedido como um pano fino era trançado para imortalizar seus descendentes. Concedido como um presente do primogênito.
Detalhe: Membros da Mãe vieram e levaram a pintura assim que eu disse que ela tinha sido concluída. Não disseram uma palavra, apenas a cobriram e a levaram. Pintei para a Mãe toda a minha vida, momentos das vidas dos santos, mas para essa última tela... era como se eles não quisessem que ninguém olhasse para ela; não deixaram nem a mim, o criador, vê-la em exibição, se é que algum dia a exibiram. Foi o último trabalho que me encomendaram.

Mão Intacta do Mestre Fraterno: Relíquia sagrada em um perfeito estado de conservação. A mão sacode de leve quando considera necessário, articulada secretamente por músculos e tendões etéreos contra a tenacidade do verdadeiro curioso. Afinal, nenhuma fortaleza está segura contra a tenacidade do verdadeiro curioso.
Detalhe (mesmo da versão Mão Cortada): “...Quando se ouviu o espantoso tremor da terra, souberam que algo grave havia acontecido. Saíram em busca de seu mestre nas partes mais profundas da caverna, onde encontraram uma nuvem de poeira gigante que se estendia muito além de seus olhos, e embora gritassem o nome de seu mestre, não houve resposta. Passarem-se dias até que a novem se dispersasse e eles pudessem ver os efeitos terríveis do deslizamento. Sentiram-se desesperançados, mas de repente, entre as lágrimas, ouviram um barulho distante. Era o som de uma sineta entre as enormes rochas caídas. Começaram a seguir aquele som e a levantar pedras, até que encontraram o corpo esmagado e em decomposição de seu mestre. Mas sua mão permanecia milagrosamente intacta, e tinha uma pequena sineta amarrada ao dedo.”
Orações
Verdiales do Povoado Esquecido: Canção que enchia o ar durante as festividades de uma vila perdida. O tilintar de uma trombeta de concha enfeitada costumava preceder este cântico, mas agora só resta o silêncio.
Detalhe:

Mesmo na chuva, sol ou vento.
Que esta terra seja abençoada

Mesmo caminhando ou em sono profundo
Que esta terra seja abençoada

Mesmo de dia ou na escuridão
Que esta terra seja abençoada



Següiriga para teus Olhos Brilhantes: Breve hino ao céu noturno.
Detalhe:

Há uma garotinha com dois olhos brilhantes
Que, quando me olham, me atraem num instante.

Dizem que é uma santa, que veio do paraíso
Não chore, criança, senão vou ficar perdido.

O que está tocando? Os sinos distantes.
O que está chorando? No rosto dela, dois olhos brilhantes.



Tirana do Bastião Celestial: Oração que abusa das dádivas do Milagre para santificar o próprio ar ao redor de quem a entoa.
Detalhe:

Não temo o castigo
Por querer conhecer
O que é proibido,
Por pedir
Mais do que deveria,
Por querer enxergar
Além das oliveiras.
Não temo o castigo.
Pois tudo provém do Divino.



Saeta Dolorosa: A dor da carne representava a penitência final, desapego total do "eu" na busca inabalável pela virtude.
Detalhe:

Deixe-me lamentar, deixe-me sofrer
Pois uma ferida em mim é uma a menos em você

Deixe-me sangrar, deixe-me sentir
Pois um corte em mim é um afago em você

Deixe-me chorar, deixe-me gemer
Pois todas as lágrimas são só por mim



Debla das Luzes
Detalhe:

Tenho olhos, mas a ti não vejo
Tua luz incandescente me cega por dentro
Lá no céu voam pombas de cera
As asas derretem, semeando toda terra

Se me chamares, deixe-me queimar
Olhos e carne, mãos e cabelo
Quero te ver, mas não posso



Soleá da Excomunhão
Detalhe:

Perdoe-me, Pai
Liberte-me desse juramento

Não deixe seu Milagre eterno
Dominar minha alma
E possuir meu corpo

Pois temo o Milagre,
Mais do que temo minha própria tormenta



Taranto para Minha Irmã: Súplica à tempestade, entoada por gargantas secas e vozes trêmulas.
Detalhe:

"Minha irmã, não me deixe,
Pois te levo no peito e no coração

Minha irmã, não me deixe sangrando,
Pois te levo no peito e no sangue

Minha irmã, não me deixe no silêncio,
Pois te levo no peito e na canção."



Lorquiana: Uma oração que convoca uma enxurrada de raios violentos oriundos da própria essência do Milagre.
Detalhe:

Somos pedras da terra
Somos brotos das raízes
Somos, em procissão, um só
Aqueles que por você clamam fervorosamente

Oh, Milagre Penoso
Liberte-nos dessas chamas.



Romance para a Névoa Rubra: Oração para as névoas sanguíneas, fruto do fervor real. Vapores de sangue santo surgem da pele do Penitente.
Detalhe:

Sangue ardente
Que respira por meu corpo

Sangue de vinho tinto
Sangue de vinho negro

Emerge da minha pele
Emerge dos meus ossos



Zambra para a Coroa Esplendorosa: Hino entoado aos raios do sol, que generosamente banham até os locais mais sombrios. Muitos desejam os refugos do Milagre, mas a cobiça os impede de reconhecer o que realmente importa.
Detalhe:

"Não posso segurar sua mão
Agora que você dorme no vento entre as árvores
Não posso falar com você
Agora que você canta com os grilos noturnos
Não posso te ver
Agora que você olha do sol para a areia escaldante
E não posso te esquecer,
Pois você sempre será parte de mim.”

Em memória de Mariano Soler.



Mirabrás do Regresso ao Porto: Canção festiva usada para receber marinheiros que, após terem sido abandonados à morte nas águas gélidas, conseguiram de algum jeito voltar à costa.
Detalhe:

Senhora da luz azul
Afugente as sombras de meu recanto
Leve a escuridão do meu espelho
Onde a luz sucumbia

Senhora, traga-nos calor
Com sua lamparina do sol
Leve o frio, leve o gelo
Deste mar de sofrimento



Cante Jondo das Três Irmãs: Uma canção incapaz de ressoar em gargantas humanas. Nunca houve uma voz capaz de entoar esta oração, que tenta em vão emular o estrondo da espiral de ferro colossal invertida. Seu rugido de ciclope destrói órgãos e estilhaça ossos.
Detalhe:

Libertas, as três rezaram como uma
Libertas, as três suplicaram como uma
Libertas, as três nasceram como uma

Livres e santas, pela graça
Divina Não são mais três, agora são uma



Campanillero para os Filhos da Aurora: Cântico antigo para a lua que clama a ajuda de sua prole. Detalhe:

Ajoelhados, olhamos para o chão.
Mas se você pronunciar nossos nomes
Marcharemos em procissão
Rumo ao alvorecer da sua punição
Torcendo pela absolvição

Ajoelhados, olhamos para o chão.
Mas se você levantar a mão
Marcharemos em procissão
Rumo ao alvorecer da sua punição
Torcendo pela absolvição



Tiento para suas Helenas Espinhosas
Detalhe:

Se o seu nome for Tentúdia
Aquela que partiu com as freiras
Não lamente ou sofra
Pois com sua condenação injusta
Você nos deu os Milagres

Se o seu cabelo tiver se transformado em espinheiro
Que faz o sangue escorrer em seu pescoço pálido
Não lamente ou sofra
Pois lhe damos esta canção
Para que arranque cada espinho.



Zarabanda do Refúgio Seguro: Canção que abençoou paredes de salas sagradas.
Detalhe:

Nosso alívio vem da dor
Nosso alívio vem da punição

Para o nosso alívio não há perdão
Para o nosso alívio não há salvação

Por isso, canto esta canção
Por isso, chora o meu coração



Cantiña da Rosa Azul: Oração nunca escrita que ressoa quando você segura um cristal violeta de uma terra distante. Um juramento de amizade permite a travessia dessa fronteira, invocando Miriam de dentro do cristal "Azul Eterno".
Detalhe:

Garota pintada de flores
E tons de azul

Garota do espelho
Com manto violeta

Volte para o meu lado
Ouça meu chamado.

Que meus olhos possam ver
Soa noite de magia



Matinada do Guardião sem Nome: Canção para um sol extinto, nascida de quatro vontades fiadas em ouro. Dá forma à dor das Amanecidas, criando um fantasma que acompanha o Penitente por um tempo. Laudes teceu a própria paixão em quatro guerreiras que lutaram ao lado dela, resistindo à violência dos séculos.
Detalhe:

Noite, que dorme quando o sol brilha
Esquece teu frio e escuridão

Vem a luz de uma aurora
Dissipando as brumas com teu clarão

Nas varandas, ela chama
Nas varandas, vocaliza

Recolhendo as estrelas
Amenizando o peso da minha sina

Essa nova alvorada luminosa
É uma garota com asas graciosas
Considerações finais
Mesmo com um enorme esforço e longas jogatinas, é possível que ainda falte conteúdo aqui. Isto é, certamente faltam algumas coisas, pois o jogo é colossal em conteúdo. Dentre o que falta, destaco que faltam três Contas de Rosário, que são obtidas ao concluir o jogo novamente três vezes no mesmo arquivo em que se terminou já uma vez (New Game +) e escolhendo uma das três penitências por jogatina. Penitências são alterações nas mecânicas do jogo, tornando-o muito mais difícil e penoso. Ainda não tive a força de vontade para jogar novamente três vezes com essas alterações de dificuldade, para assim obter essas três contas de rosário, suas descrições e suas informações detalhadas. Entretanto, acha-se essas informações facilmente em inglês sobre essas contas extras. São elas:

  • Reliquary of the Suffering Heart
  • Reliquary of the Fervent Heart
  • Reliquary of the Sorrowful Heart

Procure por Reliquaries nesse link[blasphemous.fandom.com]

Se alguém que possui esses itens puder compartilhar as capturas de tela das descrições deles para que eu adicione as informações aqui, ficarei grato.

Além disso, não adicionei aqui as informações que podem ser obtidas dos cadáveres espalhados por toda Cvstodia, Apesar de ter capturado a tela de todos os textos. As informações deles servem mais como dicas para algum segredo específico próximo de onde cada um está e para incluir aqui, teria que descrever detalhadamente onde se encontra cada um deles. Como o meu objetivo para esse guia não é o de que seja um detonado sobre segredos pelo mapa, os cadáveres foram suprimidos.

Também não constam aqui os itens do Ossário¹ : Cada osso encontrado conta uma pequena história. Talvez eu os inclua posteriormente nesse guia. Esses minicontos dão uma noção maior do que se passa no mundo do jogo e como historicamente as pessoas desse universo lidam com os efeitos dos milagres ou das interações com a fé ou falta dela. Muitas delas destacam a ironia cruel da morte ou a hipocrisia em vida.

N.E.: ¹Tanto a palavra ossário quanto ossuário são consideradas erradas pelo corretor gramatical do Word, então deixei como aparecem ao longo dos textos do jogo, sem padronizar uma ou outra.

Espero que os leitores do guia e jogadores do jogo tenham o mesmo apreço pelo jogo que eu, que não é nada menos que uma obra de arte da melhor qualidade sob meu ponto de vista. Poucos "metroidvanias" estão no mesmo patamar desse.

Para quem tiver curiosidade, há um outro guia que fiz, com dicas sobre como obter Lágrimas de Redenção, facilitando as jogatinas.
https://steamcommunity.com/sharedfiles/filedetails/?id=2953906192

Bom jogo! Esse é um daqueles para ser jogado e rejogado para sempre!
3 Comments
Pesrok Feb 4 @ 5:33pm 
Avemaria quanto texto
W_ord  [author] Jun 2, 2023 @ 7:18pm 
Au Revoir, fico contente que outros jogadores apreciem essa lore tão extensa e detalhada!
Au Revoir Jun 2, 2023 @ 4:59pm 
Guia completaço. Vou favoritar aqui só pra ler quando tiver mais tempo. Vlww