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Posted: Dec 27, 2014 @ 7:22am

Como é que você supera ou pelo menos tenta igualar um jogo redondinho como o primeiro Sonic & Sega All-Stars Racing? O caminho mais comum é acrescentar mais pistas, mais personagens, requentar o bolo e lançar. A Sega escolheu apelar para um novo recurso mecânico que não funciona também como deveria e quase, quase, estraga a diversão de Sonic and All-Stars Racing Transformed, ou SART.

O truque que a Sega tira da cartola, desnecessariamente, vale dizer, é o poder de transformação dos veículos: as pistas envolvem corrida em terra, no mar e no ar, com seu carro se transformando em barco e avião automaticamente. Em um primeiro momento, há o choque óbvio que a dirigibilidade não é a mesma. O barco balança e tem pouca aderência (por razões óbvias), enquanto o avião exige que você também controle para cima e para baixo. Em outras palavras, você está ali dando o máximo de velocidade que tem e então acontece uma mudança de terreno e você é forçado a adaptar seu estilo para uma forma que não é exatamente perfeita.

O que é um choque no começo, é compensado pelos incríveis visuais das novas pistas, ainda mais impressionantes do que aquelas que existiam no primeiro título. O cenário tirado de AfterBurner é de enlouquecer os sentidos, envolvendo navios de guerra, explosões, caças de combate, carcaças flamejantes e muita adrenalina.

E, tenho que ser honesto, com o tempo você se acostuma tanto com o barco quanto com o avião. Ainda que eu tenha seguido preferindo os carros até o último momento do jogo.

Membro legítimo do gênero dos "jogos de kart", SART traz uma lista de power-ups diferente dos originais que apareciam no primeiro jogo, mas que serão familiares a qualquer um que já tenha jogado algo assim. Tem o poder que só atinge quem está na primeira posição, tem o poder que é teleguiado, tem o poder que fica plantado na pista esperando a vítima passar por cima, tem aquele que acelera e tem aquele que ativa a habilidade única do corredor, entre outros.

Apesar de um bug aqui e outro ali (além da mais tosca interface de configurações já vista), a Sega se esmerou de uma forma geral na produção, com falas diferentes para cada um dos corredores em momentos-chave como ultrapassagens, derrubadas e vitórias, além de algumas animações hilárias, um festival de "beijinhos no ombro" quando se ocupa a primeira posição. Tudo funciona como um incentivo para o modo carreira, a World Tour, para se desbloquear novos personagens e conhecer suas falas, trejeitos e transformações.

Três personagens e uma pista só podem ser liberados mediante compra de DLCs. O pacote do Metal Sonic traz também a curta pista inspirada em Outrun e é facilmente encontrado em promoções que envolvem todos os jogos do ouriço. Já o DLC do Ryo Hazuki só traz o personagem mesmo, caracterizado pelo seu jeito lacônico na pista e por estar pilotando uma máquina de arcade, literalmente jogando Outrun enquanto corre! Mas o mais divertido DLC é do Yogcast, que adapta o icônico YouTuber para o mundo de Sonic, incluindo seus gritinhos e jeito, digamos, expansivo. Esse último DLC nunca entra em promoção, mas apenas porque todo o dinheiro arrecadado com sua venda vai para instituições de caridade: ou seja, vale pelas risadas e vale pelo gesto nobre.

Apenas 1,9% de todos os jogadores de SART conseguiram desbloquear todos os personagens (e eu acredito que esta estatística não contabiliza os personagens pagos). Com imensa persistência e trabalho de equipe, meu filho e eu conseguimos a façanha. Foi uma jornada de muitas gargalhadas, high fives, urros de raiva e pulos de alegria, mesmo com as transformações. Sonic e sua turma mais uma vez atropelaram todos os outros jogos instalados no PC e o garoto não sossegou enquanto não conquistamos o último personagem.

São necessárias 165 estrelas para liberar o corredor final. Sem perceber, estávamos jogando e vencendo (com muito suor) desafios no último nível de dificuldade possível para extrair estrela de pedra. Foi um triunfo do teclado sobre o controle, uma prova de dedicação. Mas meus dedos doíam. Entre uma sangria e outra, meu filho pedia para correr umas "só por diversão", o que geralmente significava correr uma Battle Arena, uma das três pistas no modo carreira onde o objetivo é eliminar os outros corredores com três ataques de power-ups enquanto tenta sobreviver aos ataques alheios. É sensacional, uma luta de gato e rato que deveria estar disponível para outras pistas e fora do World Tour.

Mas se a conquista de estrelas nos fazia dar dancinhas da vitória, o modo online funciona como um balde de água fria no ego e mostra que tem gente lá fora anos-luz à nossa frente. Não disputamos tantas corridas assim, até porque o Lobby costuma ficar vazio, mas nosso melhor resultado foi um humilde quarto lugar.

Meu filho já pergunta sobre um mítico All-Stars Racing 3. Fica a dica, Sega. Há mercado, está na hora. Mas traga de volta o Billy Hatcher no próximo!

Originalmente publicado em: http://blog.retinadesgastada.com.br/2014/12/jogando-sonic-and-all-stars-racing.html
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4 Comments
4rkim1 Jul 11, 2017 @ 11:52pm 
Boa análise ! Esse jogo é fantástico !
EduKokoro Jan 12, 2015 @ 4:48pm 
Me identifiquei com o "Foi uma jornada de muitas gargalhadas, high fives, urros de raiva e pulos de alegria", joguei com meu amigo e a gargalhavamos horrores quando perdiamos ou acontecia algo absurdo. Esse jogo é maravilhoso
ThitoGamer Dec 27, 2014 @ 10:42am 
Ótima review, como sempre. Gostei muito do SART também, mas é uma pena que eu não consegui comprar versões extras para jogar com os meus sobrinhos que estão longe de mim... Jogar online com eles seria diversão garantida! kkk
eumrcs Dec 27, 2014 @ 8:06am 
Excelente Review! Não sabia sobre as caridades nas dlc's, vou comprar em breve!